O processo acelerado de consolidação do mercado bancário brasileiro, que culminou com a fusão entre Itaú e Unibanco, deve ampliar a escala de atuação das instituições financeiras e, por conseqüência, aumentar a demanda por modernos e sofisticados sistemas de autoatendimento. É com base nesse cenário que a NCR, fabricante de equipamentos e sistemas de autoatendimento, escolheu o Brasil para sediar seu primeiro centro de pesquisa e desenvolvimento (P&D) para atender as necessidades dos clientes, especialmente bancos e varejo, que exigem soluções customizadas. A meta é que a nova unidade funcione também como um polo de P&D para a América Latina.
"Esta é uma peculiaridade do Brasil e de alguns outros países da região latinoamericana. Durante muitos anos as instituições financeiras mantiveram a fabricação de caixas eletrônicos dentro de casa, aliás, muitos players desse mercado nasceram dessa forma. O fato é que essa cultura ajudou a gerar uma demanda por ATMs customizados e o que a NCR pretende é atender essa característica, por isso a decisão de investir em pesquisa e desenvolvimento e fabricação local", afirma Elias Silva, presidente da NCR Brasil.
Inaugurado em novembro, junto com a fábrica da empresa em Manaus, o novo centro é parte do investimento de R$ 73 milhões anunciado em julho pela empresa e que será aplicado ao longo de três anos no país. Silva conta que mais de 20 engenheiros estão sendo contratados especialmente para desenhar soluções que atendam as exigências e particularidades de cada cliente da NCR. A equipe estará dividida entre a fábrica, localizada em Manaus, e a sede da empresa em São Paulo. Esta última estará mais focada no levantamento das necessidades dos clientes em campo.
A escolha do Brasil para abrigar seu novo polo de inovação foi motivada, de acordo com o executivo, pelo fato de o país ser o terceiro maior mercado de ATMs do mundo. A companhia é líder mundial no segmento, mas ocupa apenas a terceira posição em participação de mercado no país. "Com a fabricação local, além do desenvolvimento de soluções sob medida para cada cliente, vamos reduzir o tempo de colocação de nossas soluções no mercado e o custo operacional, o que nos tornará mais competitivos", aposta Silva, ao dizer que espera alcançar a liderança no mercado local no prazo de cinco anos.
A expectativa do presidente da NCR Brasil é que o novo polo de inovação gere cerca 300 empregos em Manaus até maio de 2010, sendo que até o momento mais de 100 vagas foram preenchidas. Para o ano que vem, Silva diz que, além das novas contratações e uma atuação reforçada no segmento financeiro, de varejo e governo, a empresa incorporará ao seu modelo de comercialização a venda por meio de parceiros de negócio em todo o Brasil – antes a NCR atuava exclusivamente com venda direta.
- Expansão das fronteiras