A batalha para garantir que o Google não escape da justiça britânica foi apresentada ao Tribunal Superior da Inglaterra nesta segunda-feira, 16, quando um grupo de usuários da internet britânicos processará o gigante das buscas. Eles argumentam que o Google violou sua privacidade na Inglaterra e deve ser responsabilizado por isso.
Na reclamação, protocolada em Londres, o grupo de usuários, conhecido como Safari Users Against Google's Secret Tracking, acusa o Google de burlar as configurações de segurança no navegador de internet Safari para rastrear a navegação online e usá-la como alvo de anúncios personalizados. No entanto, o site afirmou que o processo deveria ser movido nos Estados Unidos, onde está sua sede, e que argumentará contra o fato de a ação correr na Inglaterra em uma audiência de jurisdição na segunda-feira.
Uma das requerentes argumenta que o Google deve responder à justiça britânica. "O Google está muito bem estabelecido no Reino Unido. Possui um site específico, empregados, vende anúncios e ganha dinheiro aqui. É ridículo que eles argumentem que, apesar da sua atividade altamente comercial, não responderão perante nossos tribunais. Se os clientes estão no Reino Unido e as leis inglesas são violadas, aquele que cometeu o ato deve ser responsabilizado aqui, não na jurisdição que mais lhe convenha. A escolha do Google no sentido de que os consumidores britânicos devem viajar até a Califórnia para pedir uma reparação pelos danos é arrogante, imoral e vergonhosa."
O Google foi processado pela mesma violação de privacidade nos Estados Unidos em agosto do ano passado, e teve que pagar uma multa de US$ 22,5 milhões para a Comissão Federal de Comércio (FTC, na sigla em inglês) dos EUA. O Google não admitiu a violação no caso da FTC, mas declarou que o rastreamento foi acidental. Apesar disso, o procurador geral de Nova York anunciou, no mês passado, que a empresa concordou em pagar US$ 17 milhões para indenizar os usuários, que a acusam de ter rastreado de maneira secreta as atividades de alguns consumidores na internet, mesmo após prometer que o rastreamento tinha sido bloqueado.
Na Europa, as agências reguladoras estão considerando medidas para controlar a coleta contínua e o uso de dados pessoais pelo Google, mas até agora o Google não foi responsabilizado na Europa pela violação da privacidade dos usuários.