UE pode obrigar empresas a divulgar fraudes ou roubo de dados de usuários

0

A União Europeia estuda uma proposta de lei que obriga empresas que armazenam dados na internet, como Microsoft, Google, Apple e IBM, a reportarem qualquer incidente, fraude ou roubo de informações de clientes ou usuários de seus serviços. No caso de descumprimento da medida, elas poderão sofrer sanções ou multa da Comissão Europeia. A proposta, de autoria da comissária para agenda digital da UE, Neelie Kroes, visa combater o cibercrime.

Se a lei for aprovada, esta será a primeira vez que a União Europeia vai impor às companhias que manejam enormes bases de dados a fornecerem relatórios de ocorrências. A medida substituiria uma série de leis em vigor na Europa, mas obrigatória obrigatórias atualmente somente na Alemanha e Espanha e facultativas no Reino Unido e Itália. A proposta, no entanto, tem gerado controvérsias.

A indústria de tecnologia até apoia a ideia de uma abordagem mais sistemática e transparente sobre falhas de segurança, mas afirma que é necessário traçar diretrizes mais específicas para garantir que as notificações sejam obrigatórias somente quando forem úteis aos consumidores. “A harmonização das notificações de brechas na segurança é importante e deve ser abordada”, afirmou Thomas Boué, diretor de relações governamentais da Business Software Alliance, organização que reúne empresas como Apple, Oracle e Intel, em entrevista ao The New York Times. “Procedimentos mais precisos, contudo, faria o sistema funcionar melhor”, ponderou.

A autora do projeto trabalha no tema desde 2010, quando ingressou na Comissão Europeia. A medida era para ter sido votada em setembro do ano passado, mas foi adiada. Nova reunião foi agendada para o próximo dia 30. A redação do texto fala que estão sujeitos ao cumprimento da lei “viabilizadores de serviços de internet, plataformas de e-commerce, gateways de pagamentos de internet, redes sociais, ferramentas de busca, serviços de computação em nuvem e lojas de aplicativos”.

A privacidade é um tema frequente nas discussões da Comissão Europeia, que estuda também a criação de um órgão regulador para proteção de dados online.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.