Câmbio pode ser oportunidade para elevar exportações de celulares

0

Com a valorização do dólar frente ao real, o momento se torna propício para as exportações brasileiras, mas a indústria de telecomunicações sentiu fortemente a flutuação do câmbio no período de outubro a dezembro, e apresentou queda de 13% na receita com vendas externas, faturando US$ 570 milhões, na comparação com o mesmo período do ano passado. De janeiro a setembro, com o dólar em baixa, o setor havia registrado exportações 7% maiores, com receita de US$ 1,9 bilhão.
Segundo Paulo Castelo Branco, diretor de telecomunicações da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica(Abinee), dois motivos acabaram atrapalhando a atuação do setor em um momento teoricamente favorável para as exportações: a desaceleração econômica mundial e a falta de produção no Brasil de produtos que tenham mercado no exterior, principalmente celulares.
"Falta mercado comprador no exterior, e os únicos segmentos de celulares que vêm apresentando alta nas vendas são o de smartphones e o de modelos sofisticados, os quais não têm produção significativa no país", analisa Castelo Branco, ressaltando que o Brasil importou mais de 7 milhões de celulares high-end em 2008.
O executivo observa que essa é uma grande oportunidade para os fabricantes de celulares adequarem a produção à nova realidade do mercado e aproveitarem o momento para obter melhores resultados com as exportações, as quais se tornam mais interessantes devido ao câmbio.
"Essa é uma oportunidade para o Brasil passar a produzir aparelhos mais sofisticados, que tenham mais mercado lá fora. Além de ser importante para o mercado doméstico, já que com a maior abrangência das redes 3G, a demanda interna por smartphones deve crescer muito", afirma Castelo Branco.
O diretor da Abinee ressalta que o impacto positivo do câmbio nas exportações só deve ser sentido nos próximos meses. "O ciclo de encomenda leva cerca de seis meses. Se for sentido um aumento das receitas com exportações devido à valorização do dólar, isso ocorrerá mais a partir do segundo trimestre", diz.
Para este trimestre, Castelo Branco acredita que as exportações de celulares deverão registrar queda em relação ao mesmo período do ano passado. "Não haverá grande mudança em relação aos resultados do último trimestre de 2008. Só com a ampliação da produção com modelos mais sofisticados que as empresas poderão aproveitar a real potencialidade do fator câmbio para elevar as exportações", conclui.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.