A Politec acaba de conquistar o selo nível 5 do Capability Maturity Model Integration (CMMi), padrão internacional de qualidade que atesta o nível de maturidade das fábricas de software nos processos de engenharia.
A certificação reconhecida mundialmente foi emitida pelo Software Engineering Instituto (SEI) e, segundo Hélio Santos Oliveira, presidente da empresa, abre novas oportunidades para empresa no mercado externo. A Politec foi a segunda desenvolvedora brasileira a atingir o grau máximo da qualificação CMMi, depois da Stefanini.
Algumas multinacionais que prestam serviços e desenvolvem software, como a IBM, Tata e EDS já possuíam o selo nível 5, um processo bastante rigoroso e que demanda investimentos e muita consultoria para que as empresas se adaptem às exigências do SEI.
Segundo Sílvio Passos, diretor de soluções da Stefanini, atualmente apenas cerca de 30 companhias no mercado mundial chegaram ao grau máximo do CMMi, boa parte delas na Índia.
O presidente da Politec complementa que um dos fatores da fama dos desenvolvedores indianos no mundo do offsore é o selo do SEI, interpretado como um cartão postal daquele país.
Para estudar com quem sabe, a Politec contratou a indiana Troy durante os preparativos para obtenção da certificação, e investiu R$ 1,5 milhão em consultoria e adaptação de processo. Oliveira explica que como a empresa já tinha o nível CMMi 3, estava enquadrada em algumas exigências do padrão.
A Politec adotou toda uma metodologia de melhoria contínua de processos e gestão nas fábricas de software. A grande vantagem do CMMi é que passou a evitar retrabalho dos projetos e consegue garantir entrega aos clientes dentro do prazo estabelecido.
O time de profissionais também recebeu intenso treinamento. Oliveira diz que o CMMI nível cinco equipara a companhia com as globais e faz diferença na hora de fechar novos contratos por dar mais confiança aos clientes.
Como resultado do investimento em CMMi, a Politec conseguiu fechar uma joint venture com a empresa chinesa Neusoft e também está colhendo frutos no Brasil. ?Como agora eu tenho mais controle de processos, consigo eliminar erros e oferecer custos mais competitivos?, afirma o executivo.
Conquistas
A Stefanini obteve o nível 5 do CMMi em dezembro do ano passado. A empresa já tinha o selo 3, conquistado em 2004, e vinha desde o início de 2005 trabalhando para passar as etapas 4 e 5. Toda a preparação para chegar ao grau máximo exigiu, desde 2001, um investimento de R$ 5 milhões, envolvendo consultoria, treinamento de pessoal e desenvolvimento de uma ferramenta de gestão de projetos e processos, que ganhou o nome de Dashboard.
Sílvio Passos avalia que os investimentos valeram a pena e que a empresa passou a ser vista com outros olhos frente aos concorrentes globais, já que o selo é um dos requisitos para os processos de negociação no mercado internacional.
Mas a empresa também está colhendo frutos no Brasil. Segundo o executivo, depois da conquista da certificação nível 5, a Stefanini foi procurada por outras companhias para prestar consultoria. Ele cita o exemplo da Basf, que desenvolve software internamente e contratou a prestadora de serviços para garantir as melhores práticas na engenharia de suas aplicações.