Nokia anuncia corte de mais 1,7 mil empregados

Às voltas com a forte desaceleração da demanda, decorrente da crise econômica mundial, a Nokia anunciou nesta terça-feira, 17, que vai ter de introduzir novas medidas para a redução de custos, o que inclui a demissão de 1,7 mil funcionários, dos cerca de 130 mil que tem espalhados por suas subsidiárias no mundo. Em fevereiro, a fabricante finlandesa de celulares já havia anunciado a intenção de cortar mil empregos em todo o mundo por meio de um plano de demissões voluntárias (veja mais informações em "links relacionados" abaixo).
A justificativa da empresa é que houve um rápido declínio na procura por produtos eletrônicos por parte dos consumidores, além de as perspectivas para este ano terem se deteriorado.
A fabricante disse que vai iniciar consultas com os representantes dos trabalhadores sobre o plano de demissões e quando aplicá-lo.
De acordo com comunicado emitido pela Nokia, as medidas, que envolvem outros cortes de custos como forma de se adaptar à demanda de mercado, irão afetar basicamente a sua unidade de dispositivos e mídia, e o escritório de desenvolvimento corporativo e as operações mundiais de suporte. "A Nokia continua a procurar obter a redução de despesas operacionais, olhando para todas as áreas e atividades da empresa", acrescentou a nota, segundo o The Wall Street Journal.
O anúncio dos novos cortes fez com que as ações da Nokia caíssem 3,1% na Bolsa de Helsinque, na Finlândia, fechando o pregão de segunda feira contada a 8,77 euros, 1% abaixo das estimativas dos analistas de mercado.
Tal como muitas outras empresas, a Nokia tem sido duramente atingida pela desaceleração da economia, No quarto trimestre, ela registrou queda 69% no lucro líquido, para 576 milhões de euros (o equivalente a US$ 746,3 milhões).
Pesquisa divulgada na semana passada pelo Gartner mostra que as vendas globais de handsets diminuíram no quarto trimestre e prevê que a procura continuará a cair até 2010. Segundo o instituto de pesquisas, no período, foram vendidos cerca de 315 milhões de celulares no mundo, uma queda de 5% na comparação com igual trimestre de 2007. O recuo ocorreu tanto nos chamados mercados emergentes como nos desenvolvidos, que cresceram apenas 2% nos últimos três meses do ano, o mais baixo aumento registrado em um quarto trimestre, conforme o Gartner.