A guerra já é mundial!

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Quem diria…em pleno século XXI, estamos testemunhando uma guerra em território europeu, com o envolvimento direto de uma potência nuclear.

Embora eu não pratique a profissão de internacionalista, sou Bacharel em Relações Internacionais, graduado pela Universidade de Brasília.

Profissionalmente, dediquei os últimos 20 anos à gestão de empresas (a maior parte delas, multinacionais), e sempre mantive as minhas leituras sobre as relações internacionais.

Não pretendo me passar por (mais um) um especialista em Rússia. Mas tenho alicerce para fazer algumas reflexões.

Como todos já perceberam, trata-se de um momento histórico extraordinário.

Ok, nenhuma guerra é trivial, mas esse conflito é sem precedentes nos últimos 78 anos!

Uma das evidências da sua extraordinariedade é a dimensão cibernética.

Nesse sentido, a guerra já é mundial. Grupos hackers, como o Anonymous, já declararam que atacarão alvos russos.

Os Estados Unidos também já utilizaram ciberataques como arma de persuasão. O caso mais famoso foi o do virus Stuxnet, usado com sucesso para inviabilizar o programa nuclear iraniano.

Entretanto, agora, a situação é muito mais complexa.

Qual seria a consequência de um ataque cibernético declaradamente russo contra alvos em países membros da Otan? Ou vice-versa?

Será que uma agressão cibernética equivaleria a uma ameaça militar, levando à declaração de guerra dos Estados Unidos e aliados contra a Federação Russa?

Ninguém sabe, mas há um fato que precisamos considerar: frequentemente, conflitos militares começam ou escalam com pretextos.

No mínimo como pretexto, um ataque cibernético serviria perfeitamente.

Mas como esse contexto toca a questão da cibersegurança das empresas e organizações em geral?

Quanto mais os países investirem em armas cibernéticas, pior para as empresas.

Sabemos que guerras aceleram o desenvolvimento de tecnologias que, em muitos casos, acabam sendo adotadas posteriormente pelo mercado.

Pode ser exatamente o caso da cibersegurança nos próximos anos.

Se você ainda achava que a guerra cibernética era um assunto distante, talvez perceba agora que as empresas podem ficar no meio do fogo cruzado.

Encerro pedindo para que cada leitor dedique um pensamento pela paz na Ucrânia.

Fernando Cosenza, PhD, CEO da Resh Cyber Defense e especialista em inovação e transformação digital.

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