A cada dia, novas vulnerabilidades são exploradas por cibercriminosos e as empresas gastam milhões tentando conter ataques, mas a maioria ainda falha na proteção, porque adota abordagens reativas. De acordo com a Gartner, 62% dos ataques ainda exploram vulnerabilidades não corrigidas, evidenciando a ineficácia dos modelos tradicionais de gestão de riscos. Ao mesmo tempo, o Brasil enfrenta um déficit de 750 mil especialistas em segurança cibernética, enquanto a demanda global ultrapassa 4 milhões de profissionais, segundo o levantamento Cybersecurity Skills Gap Report.
Com equipes sobrecarregadas e ataques cada vez mais sofisticados, é essencial adotar uma abordagem estratégica e integrada. O Continuous Threat Exposure Management (CTEM) surge como uma solução para priorizar situações críticas, otimizar o uso dos recursos e fortalecer a colaboração entre as equipes com apoio da alta gestão. De acordo com a Fortinet, 87% das organizações sofreram pelo menos uma violação de segurança em 2023, e mais da metade delas tiveram prejuízos superiores a US$1 milhão devido a multas, perda de receitas e recuperação de incidentes. Ou seja, o cenário de ameaças é mais agressivo do que nunca.
Diante desse contexto, o CTEM não é apenas uma solução técnica, mas uma mudança de mentalidade. Ele permite que as empresas atuem de forma integrada e proativa, reduzindo riscos antes que se tornem incidentes críticos. Os principais benefícios incluem:
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Redução da exposição a ameaças Identifica e prioriza vulnerabilidades realmente exploradas por atacantes;
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Integração entre equipes: Conecta áreas de negócios, infraestrutura e cibersegurança para um alinhamento estratégico;
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Otimização de recursos: Empresas que adotam o CTEM, reduzem em até 30% os gastos desnecessários em segurança, focando no que realmente importa;
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Redução de custos com incidentes: Implementar um CTEM estruturado pode diminuir em média 60% os prejuízos causados por ataques cibernéticos. (Gartner, 2024);
Maior eficiência operacional: Direciona esforços para riscos relevantes e melhora a alocação de investimentos.
A implementação do CTEM segue uma abordagem contínua e baseada em dados, composta por etapas fundamentais. O primeiro passo é o planejamento e delimitação do escopo, em que o ideia é começar pequeno, concentrando-se nos três principais riscos da empresa, e expandir com inteligência. Em seguida, deve-se manter o radar ligado para monitoramento contínuo, a fim de detectar novas vulnerabilidades antes que sejam exploradas.O terceiro passo é a priorização estratégica, avaliando o potencial de impacto e probabilidade de exploração dos riscos.
Por fim, a validação contínua – testando antes que o ataque aconteça – com uso de simulações realistas para validar a eficácia dos controles, e a remediação com aplicação de patches, mitigação e compensações técnicas para reduzir riscos. O CTEM não é apenas mais uma ferramenta de segurança, é uma nova abordagem para enfrentar a crescente onda de ataques cibernéticos, em que as organizações conseguem antecipar riscos antes que virem crises, reduzir custos com incidentes, garantir maior colaboração entre equipes e maior patrocínio da alta gestão, além de melhorar a conformidade com regulamentações como LGPD, ISO 27001 e PCI-DSS.
Segundo a Gartner, CISOs que demonstram o impacto estratégico da segurança para os CFOs aumentam em até 25% as chances de obter financiamento para iniciativas de segurança. As empresas precisam lidar com o cenário crescente de ameaças e escassez de profissionais que consigam as proteger. Aliar uma solução como o CTEM é a saída imediata para fortalecer a resiliência cibernética.
Michele Pasini, Arquiteta de Segurança Cibernética da Service IT.