O mundo da tecnologia e inovação voltou os olhos para o sul dos Estados Unidos na última semana, por conta de um dos principais eventos globais que trata sobre o "futuro, agora": o SXSW, ou "South by Southwest". O evento, que aconteceu em Austin, Texas, serviu como um termômetro para as tendências culturais e digitais que moldarão os próximos anos dos negócios e da sociedade. Entre tantas novidades, uma questão se destacou: como integrar essas inovações de forma eficaz, garantindo resultados tangíveis para as empresas?
Nesta edição, futuristas já conhecidos como Amy Webb, Rohit Bhargava e Scott Galloway desafiaram o público a olhar além do óbvio e a confrontar o desconhecido. Amy Webb, em particular, alertou sobre a importância de abandonar a inércia diante do desconforto, daquelas "pedras no sapato" que nos impedem de planejar o futuro. Em um mundo onde as manchetes de IA dominam as notícias, o FOMA (Fear of Missing Anything) e a volatilidade do mercado fazem com que a gestão eficaz se torne ainda mais crucial.
Seguindo nesse tópico, a Inteligência Artificial (IA) generativa, sem dúvida, foi um dos grandes destaques. Sua crescente acessibilidade e integração em diversas aplicações abrem um leque de possibilidades para otimizar processos, impulsionar a produtividade e criar modelos de negócio. No entanto, é fundamental que as empresas estabeleçam métricas e indicadores claros e precisos para acompanhar o desempenho da IA, garantindo que ela contribua para os objetivos estratégicos.
Webb foi além e destacou a convergência da IA com outras tecnologias, como a biotecnologia e a nanotecnologia, abrindo caminho para a era da "Inteligência Viva". A ascensão dos sistemas multiagentes de IA, capazes de atribuir tarefas e deliberar sem intervenção humana, exige uma atenção redobrada na coleta e análise de dados, inclusive aqueles coletados diretamente do cérebro humano.
A sustentabilidade também emergiu como um dos temas centrais no SXSW 2025, com a tecnologia desempenhando um papel crucial na busca por soluções para os desafios ambientais. Em linha com as divulgações do evento, acredito que a gestão pode impulsionar iniciativas verdes, estabelecendo métricas de sustentabilidade factíveis e integrando-as aos indicadores de desempenho das empresas.
O SXSW 2025 mostra ao mundo que a inovação e a gestão não são forças opostas, mas sim complementares. Retomando ao questionamento inicial, como, de fato, as empresas devem se posicionar daqui para frente?
O caminho para alcançar o sucesso em um mundo cada vez mais digital e competitivo passa pela compreensão de que as companhias precisam adotar uma abordagem equilibrada, que integre as novas tecnologias a práticas de gestão eficazes. Para isso, é preciso continuar investindo em capacitação e experimentação, mas com a consciência do verdadeiro status da maturidade tecnológica da empresa.
Não basta querer apostar em uma novidade digital só para seguir uma tendência, é preciso mapear onde se quer chegar e quais passos precisam ser dados até lá. Vamos ver o que os próximos meses pós-SXSW reservam.
Breno Barros, CTO e VP de Soluções Digitais da Falconi.