Desde 2005, companhias americanas registraram perdas totais de US$ 22 milhões em razão de fraudes on-line realizadas por hackers, de acordo com recente relatório da SEC, a comissão de valores mobiliários norte-americana. Segundo o documento, os hackers vêm a cada dia se especializando no roubo de ações corporativas e prejudicando milhares de investidores, bancos e empresas. A cena das modernas manipulações para driblar os mecanismos de segurança da informação está crescendo exponencialmente e o resultado é a perda de grandes somas de dinheiro.
Para George Waller, vice-presidente executivo da StrikeForce Technologies, empresa especializada no desenvolvimento de plataformas de segurança para prevenção de roubos de identidade e fraudes na internet, esse tipo de ação criminosa vem crescendo vertiginosamente em função dos milhares de sistemas keyloggers existentes atualmente, que invadem os computadores dos usuários quando acessam a internet. ?Esses softwares espiões entram disfarçados e, indevidamente, registram tudo o que é digitado no teclado, especialmente logins e senhas de acesso a contas bancárias, que são enviadas automaticamente para os hackers que utilizam as informações para atuarem criminalmente pela web?, explica.
Segundo Waller, todos os ataques são realizados sob o mesmo modelo de operação. Primeiro, os intrusos financiam a compra de ações de empresas através de suas próprias contas bancárias e, em seguida, usam a internet para ter acesso aos nomes e senhas dos investidores on-line. De posse desses dados, invadem as contas eletrônicas das vítimas, roubam seus investimentos e usam os procedimentos conhecidos para repassá-los às suas contas. ?Os ataques aparentam ser uma transação de transferência comum, mas o que está acontecendo na realidade é uma invasão de privacidade seguida de roubo?, explica.
O executivo observa ainda que as pessoas físicas que investem em ações também estão sendo prejudicadas, já que os hackers procedem igualmente entrando em suas contas eletrônicas. Só que nesse caso, vendem as ações e as recompram por preços menores. ?Nos EUA, China e Japão, por exemplo, muitas pessoas investem em ações de empresas. É um meio comum de investimento naquelas regiões e que vem ganhando força nos países da Europa e da América Latina?, diz Waller. ?Investir em ações é um excelente meio de capitalização, mas é preciso se precaver contra as fraudes on-line adotando ferramentas de proteção eletrônica, principalmente nos sistemas de criptografia de dados.?