A principal função do dinheiro é servir como meio de troca entre as pessoas e empresas para o consumo de bens e serviços. No entanto, entendem os economistas, não é dinheiro que sustenta ou financia a atividade econômica. Para eles os meios de sustento, ou de financiamento da economia, são fornecidos pelos serviços e bens de consumos reais que foram gerados por toda a força de trabalho em todas as nações do mundo.
Os serviços e bens de consumo, quando colocados na economia, se transformam em mercadoria, que é, segundo definição de Karl Marx, aquilo que, por suas propriedades, satisfaz necessidades humanas para a sua sobrevivência e satisfação. E para que as pessoas pudessem trocar os bens e serviços necessários, a humanidade criou o dinheiro como conhecemos hoje e entendemos que ele facilita a nossa vida e a forma como realizamos as transações comerciais das pessoas e das empresas.
Atualmente, quando os meios digitais facilitam a realização das transações envolvendo dinheiro, fica difícil imaginar qual a real quantidade de dinheiro físico circulante na economia mundial. Os economistas estimam que apenas 8% do dinheiro do mundo exista como dinheiro físico, aquele que pegamos em nossas mãos. O restante 92% existe apenas nos computadores e contas bancárias.
Difícil de imaginar isso, certo? Principalmente porque lidamos todos os dias com o numerário – o dinheiro físico, formado pelas notas em papel e as moedas, em várias situações, seja para pagar o café da manhã, comprar um jornal, pagar uma viagem de taxi, entre outras despesas. Lidamos com uma infinidade de pagamentos sem o uso dos cartões de plástico, seja ele de crédito ou débito.
No Brasil, como em outras nações em desenvolvimento, onde uma grande parcela da população passou a ter conta em bancos e cartões de crédito, o uso do dinheiro tradicional como forma de pagamento se fortalece justamente porque dinheiro na mão é solução, como dizia o dito popular.
Podemos afirmar, com toda a certeza, que, apesar de todo o avanço dos meios de pagamentos, o uso de papel moeda não será extinto.
Por mais que as tecnologias avancem e as moedas eletrônicas se tornem mais utilizadas pelas grandes massas das populações, o numerário se manterá por – talvez – mais alguns séculos. Não só porque ele está integrado às culturas, mas porque entrega a facilidade da troca imediata por produtos e serviços de menor valor.
Na Europa, os esforços para a adoção do pagamento eletrônico são os mais avançados e lá ainda vemos muito terreno para a convivência entre as duas modalidades de pagamento. Os meios eletrônicos são entregues a um grande número de pessoas, mas boa parte pouco os utiliza – ou não sabe como -, preferindo manter as suas moedas ou dinheiro em papel.
Apesar disso, e da cultura de se ter o dinheiro nas mãos, os meios eletrônicos constituem o modo mais seguro para uma transação financeira, principalmente quando se trata de compras on-line ou transações que envolvem grandes quantias.
Disney Garcia Jr, head of Sales da Giesecke & Devrient Brasil.