O mercado brasileiro de infraestrutura de TI registrou queda de 15,2% e faturou US$ 1,4 bilhões em 2019, segundo o estudo IDC Brazil Enterprise Infrastructure 2019, realizado pela IDC Brasil, líder em inteligência de mercado, serviços de consultoria e de conferências para indústrias de Tecnologia de Informação e Comunicações.
"A queda era esperada. A mudança de governo impactou os negócios em 2019, principalmente no início do ano, com a expectativa da Reforma da Previdência. Mas, com o passar dos meses e a postergação da medida, empresas privadas e o próprio governo optaram por aguardar para voltar a investir", explica Thomas Campos, analista de mercado da IDC Brasil. Segundo ele, no segundo semestre, principalmente no último trimestre, o governo fez alguns investimentos em soluções de redes e segurança, mas não o suficiente para salvar o mercado da queda.
Foram, inclusive, os únicos segmentos a registrarem alta em 2019: o mercado de redes cresceu 4,4% e o de aplicações de segurança, 3%, na comparação com 2018. O faturamento, respectivamente, foi de US$ 659,9 milhões e US$ 219,7 milhões. Já os mercados de servidores e armazenamento externo tiveram queda de 10,6% e 5% com receita de US$ 482 milhões e US$ 301,3 milhões, respectivamente.
Para o analista da IDC Brasil, a preocupação com segurança começou a crescer com a proximidade da Lei Geral de Proteção de Dados, que entraria em vigor em agosto deste ano, mas foi adiada para janeiro de 2021 por conta da pandemia de covid-19. Esse segmento faturou US$ 61,6 milhões só no quarto trimestre de 2019, alta de 5,1% em relação ao mesmo período de 2018. Já o setor de redes teve aumento devido ao maior investimento em roteadores por operadores regionais. "Existem milhares de operadoras espalhadas pelo interior do país e notamos um crescimento da demanda por esses equipamentos", diz Campos.
No quarto trimestre de 2019, por exemplo, os roteadores tiveram alta de 4,4%, na comparação com o mesmo período de 2018, e receita de US$ 80,8 milhões. O mercado de infraestrutura no último trimestre de 2019 registrou alta de 0,6%, com US$ 421,4 milhões de faturamento.