Os bancos devem intensificar o uso da internet nas transações financeiras. Essa medida é apontada como crucial para a criação do banco do futuro por com especialistas que participaram de painel nesta quarta-feira, 17, no 19º Ciab Febraban, que acontece em São Paulo.
Segundo eles, o foco do desenvolvimento da tecnologia bancária, antes de atender os departamentos internos dos bancos, deve ser dirigido para o cliente. Para isso, os especialistas observam que o caminho que as instituições financeiras tem de seguir é o barateamento dos custos e a oferta de serviços inovadores.
Na opinião de Richard Chaves, gerente de novas tecnologias da Microsoft Brasil, o banco do futuro não pode mais pensar apenas no resultado e sim na experiência do cliente de forma geral. Ele ressalta que os bancos precisam oferecer serviços de fácil utilização e interação com os clientes, por meio da exploração e adequação dos diversos canais de comunicação.
Chaves considera que, para que os bancos possam entrar completamente na era da internet, precisam dispor de serviços de TI excelentes, para conseguirem atender as demandas dos correntistas. Ele observa que a TI das instituições financeiras deve ser dinâmica para poder suportar a complexidade desses novos serviços e das constantes transformações do mercado. "Para que os bancos possam oferecer qualidade de serviços, eles devem basear todo o atendimento nas informações dos clientes, tendo domínio completo sobre elas, já que é muito perigoso ter que arcar com uma má reputação on-line", diz Chaves.
O executivo da Microsoft vê a internet como a única saída para os bancos, porque eles precisam interagir com seus clientes. Segundo ele, os bancos precisam se fazer presentes na rede mundial para que isso possa, no final de um ciclo, gerar mais serviços e mais oportunidades de negócios.
Para Carlos Eudardo da Fonseca, consultor de TI, o caminho a ser seguido pelo banco do futuro é a eliminação do papel, sempre tendo em vista a sustentabilidade dos negócios. Para ele, os CIOs dos bancos têm sempre que estar a par das demais operações de suas empresas, para que o centro de todas as atenções das implantações tecnológicas seja sempre o cliente.
Fonseca ressalta que a bancarização para a população que ainda não tem acesso aos serviços financeiros formais é um dever de cidadania. Para isso, ele diz que os bancos devem sempre desenvolver seus parques tecnológicos de forma a melhorar os serviços e baratear os custos.
Quanto à segurança das contas, o consultor acredita que o grande caminho é a biometria, que analisa aspectos físicos dos correntistas para que estes sejam usados como assinatura pessoal de acesso às contas. Ele alerta, porém, para o problema dos meios de pagamento. Para ele, ainda é necessário uma grande evolução nesse sentido, para que a experiência do usuário seja sempre mais fácil.
A completa migração dos bancos para a internet também é defendida por Fonseca, para quem esse é um dever para as instituições financeiras, já que o caminho é eliminar o uso do papel e diminuir os gastos de energia.
- Agências do futuro