Grandes mudanças no comportamento do consumidor, previstas para explodir nos próximos anos, poderão render trilhões de dólares em crescimento para empresas, sobretudo para aquelas capazes de entender e trabalhar essas mudanças com rapidez e agilidade. Segundo a Accenture, apenas 20 setores – mais associados a essas alterações – estão prontos para o crescimento de US$ 2,4 trilhões em 2016.
"Muitas empresas esperam superar seus ambientes econômicos ao longo dos próximos anos. Para alcançar as suas expectativas, elas devem olhar não apenas para novos mercados, mas também a forma como o comportamento do consumidor está mudando e, então, colocar em prática os recursos necessários para capitalizar essas mudanças", diz Mark Spelman, diretor da Accenture.
No relatório global Energizing Global Growth: Understanding the Changing Consumer — baseado em pesquisas online com 10 mil consumidores, 600 executivos e 3 mil corporações em 10 países nos cinco continentes – a empresa de pesquisa e consultoria destaca entre as principais mudanças comportamentais do consumidor a alta taxa de adesão ao comércio eletrônico.
Os dados apontam que quase três quartos (73%) dos consumidores entrevistados usam a Internet para adquirir produtos ou serviços mais do que faziam há três anos, e que cresce o uso de redes sociais como uma ferramenta no processo de compra.
As estatísticas também indicam que cerca de dois terços dos consumidores consideram importante a capacidade de comprar o que querem e quando querem (68%), e também personalizar o produto ou serviço exatamente como querem (63%).
Outra constatação do estudo é o aumento da conscientização relacionada com sustentabilidade e impacto social e/ou ambiental. Metade (51%) dos entrevistados leva em conta, com mais frequência do que há três anos, o impacto ambiental do produto ou do fabricante antes de comprar um produto.
Brasil
No que se refere especificamente ao consumidor brasileiro, o estudo aponta que 100% dos executivos no país viram uma oportunidade na mudança de comportamento do consumidor, enquanto apenas 64% aumentaram as receitas e lucros no passado.
Quase 50% dos executivos brasileiros entrevistados acreditam que não existem barreiras para a sua compreensão do comportamento do consumidor, mas apenas 22% dizem que estão aproveitando a oportunidade extremamente bem.
A pesquisa indica que os consumidores brasileiros são os mais ligados em tecnologia, em comparação com comportamentos de três anos atrás. Os que verificam seus e-mails antes de dormir ou como a primeira tarefa na manhã, por exemplo, aumentaram em 81% Já as pessoas que usam as mídias sociais para interagir com amigos e familiares aumentaram em 71%.
Emergentes
O estudo mostra que os consumidores em mercados emergentes têm apresentado as maiores mudanças de comportamento nos últimos anos quando comparados aos dos mercados desenvolvidos.
Por exemplo, consumidores em mercados emergentes aumentaram em duas vezes pelo menos a interação com empresas online ao longo dos últimos três anos (62% emergentes versus 25% maduros) e consideram cada vez mais o impacto ambiental e social da empresa para comprar (64% versus 32%.)
Executivos de empresas de mercados emergentes revelaram-se mais propensos do que os de mercados desenvolvidos tanto a afirmar que entendem completamente como o comportamento do consumidor está mudando (32% versus 17%). Eles também se mostraram mais propensos a criar respostas para essas mudanças, investindo mais em publicidade, marketing e canais de varejo (82% versus 50%).
Confira no quadro as recomendações da Accenture para capitalizar as mudanças de comportamento do consumidor:
Como abordar de forma eficaz a mudança do comportamento do consumidor |
• Investir em ferramentas de análise avançadas – e nas habilidades relevantes da força de trabalho – para avaliar essas mudanças e interpretar os dados de consumo. Com os dados em mãos, as empresas estarão equipadas para melhorar a experiência do consumidor com o serviço; |
• Ter a mentalidade estratégica para reconhecer e se adaptar às mudanças do consumidor e ameaças competitivas; |
• Colocar em prática modelos "flexíveis" de organização que permitem que a empresa seja mais ágil. Isto poderá implicar em aquisições, desaceleração de investimentos ou parcerias para complementar as capacidades existentes. |
Fonte: Energizing Global Growth: Understanding the Changing Consumer – Accenture/2013 |
O desafio das organizações está em materializar o entendimento e conquistar a percepção do consumidor às mudanças proporcionadas a ele.