Para entender os fracassos do presente primeiro é preciso entender as promessas do passado, todo projeto começa com uma ideia, que irá solucionar um problema, reduzir despesas ou aumentar receitas.
Comumente as empresas que necessitam implementar projetos não possuem profissionais com a competência necessária para transformar uma ideia em realidade, assim coloca-se a ideia em um monte de papel com um bonito nome de "RFP" do inglês (Request for Proposal) ou em bom português: Conjunto de documentos a serem enviados aos fornecedores potenciais para elaboração de propostas técnicas e comerciais.
Os departamentos de pré-vendas das empresas convidadas começam a desenhar soluções mirabolantes, todas com o menor custo possível e implementação rápida, o departamento comercial precifica o esforço e os materiais necessários e eureca, uma proposta técnica e comercial está pronta para ser entregue e atender as necessidades do cliente.
Depois de horas debruçadas na mesa de negociação, de um lado os implacáveis compradores com o objetivo eterno de comprar mais pagando menos e do outro um exército de vendedores desesperados buscando de toda maneira vencer seus oponentes.
Redução de escopo está fora de negociação, o objetivo é mexer no tempo e nos custos, após comer toda gordura possível nas margens de venda e a desistência dos fornecedores mais responsáveis, é anunciado o grande vencedor.
A legião de negociadores sai do palco e entra em cena os mágicos que terão a responsabilidade de transformar o sonho do cliente e a margem de lucro do fornecedor em realidade.
Sem muito esforço o time de projeto capitaneado pelo gerente de projeto conclui que o cronograma e custos vendidos são absolutamente impossíveis de serem alcançados, porém para quem preza pelo emprego não existe outra alternativa a não ser "fazer mais com menos".
O time é montado, as reuniões de alinhamento do entendimento no cliente começam e o sonhado kick off acontece, tanto para o cliente como para o fornecedor o único profissional com nome e sobrenome, conhecedor de tudo o que acontece no projeto é o gerente o restante são apenas especialistas conhecidos por sua competência e não pelo nome.
Não é necessário muito tempo para os começarem problemas, com o dinheiro curto é impossível contar com especialistas sênior, tenta-se resolver com os menos experientes que obvio pela falta de maturidade demoram mais tempo para realizar as atividades e muitas vezes longe da qualidade esperada.
Desgraça anunciada, os prazos começam a estourar, as margens estão muito distantes da esperada e claro ninguém vai lembrar das "traquitanas" feitas para se conseguir vender o projeto, conclusão: precisa-se encontrar um culpado, afinal uma desculpa precisa ser levada ao cliente e um famoso plano de ação precisa ser concebido para tentar salvar o projeto, e adivinha quem será o culpado por todo fracasso do projeto?
Alberto Parada, co-fundador do Descomplicado Carreiras (Sistema de orientação de carreira), Colunista e Palestrante especializado em carreiras, atua há mais de 25 anos como executivo no mercado de tecnologia em empresas como: Sênior, IBM, Capgemini, Fidelity, Banespa, e mais de 12 anos como Professor Universitário no Lassu-USP FAAP e FIAP. Formação em administração de empresas e análise de sistemas, com especialização em gerenciamento de projetos e mestrando em Gestão de Negócios pela FIA, voluntário no HEFC hospital de retaguarda para portadores de Câncer.