O Brasil ocupa a 40ª posição no ranking mundial que mede a competitividade da indústria de TI em 2009, com uma pontuação de 36,6 de um total de 100 pontos no índice, segundo estudo divulgado pela Economist Intelligence Unit, unidade de consultoria da revista inglesa The Economist, patrocinado pela Business Software Alliance (BSA).
O estudo, agora em seu terceiro ano, analisa e compara os ambientes de tecnologia da informação de 66 países, incluindo o Brasil, para determinar em que medida eles proporcionam competitividade ao setor de TI. O relatório diz que o país teve melhor desempenho no ambiente geral de negócios, em pesquisa e desenvolvimento e no apoio à indústria de TI. Áreas que podem ser melhoradas incluem capital humano, infraestrutura de TI e ambiente legal.
Os cinco países mais bem colocados na América Latina são Chile (27º), Brasil (40º), Argentina (41º), México (48º) e Colômbia (52º). Na comparação com os países emergentes que compõem o chamado Bric (grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia e China), o Brasil se mantém na mesma posição, mas muito próximo da Rússia em 38º, China em 39º e Índia, na 44ª colocação.
"Globalmente, o setor tem suportado bem a crise, apesar da redução de gastos em tecnologia", diz Denis McCauley, diretor de pesquisa em tecnologia da Economist Intelligence Unit. "Em vez de tomar medidas de curto prazo para impulsionar a produção do setor ou em dar apoio a produtores de TI que enfrentam problemas, os governos deveriam focar no fortalecimento dos fatores fundamentais para competitividade do setor no longo prazo."
De acordo com a Economist Intelligence Unit, seis fatores funcionam em conjunto para criar um ambiente sólido para o setor de TI: uma oferta ampla de trabalhadores qualificados; cultura favorável à inovação; infraestrutura tecnológica de primeira linha; sistema legal robusto que protege a propriedade intelectual; economia estável, aberta e competitiva; e liderança governamental que atinge o equilíbrio certo entre a promoção da tecnologia e a permissão para as forças de mercado atuarem. Aqueles países com bom desempenho nesses seis "fatores de competitividade" geralmente abrigam indústrias de TI de alta performance, diz a consultoria.
O estudo, que tem o objetivo de oferecer um mapa para os governos focarem suas políticas para o setor de TI, aponta também a redes de banda-larga como fator essencial para a competitividade de TI, alertando que e a lacuna neste quesito pode aumentar para os países com adoção mais lenta.
Empresas de tecnologia demandam acesso à internet veloz, confiável e seguro e a importância de banda larga irá crescer, enquanto mais serviços e aplicações são entregues pela internet, prevê o estudo. Além disso, coloca o investimento no desenvolvimento de talento como um imperativo de longo prazo. Segundo a Economist Intelligence Unit, aqueles países que fornecerem uma combinação de treinamento em TI, negócios e cursos de idiomas irão gerar uma mão-de-obra mais forte.
A consultoria avalia que o protecionismo e o apoio para "campeãs nacionais" irão limitar esforços de recuperação — e a competitividade do setor em prazo mais longo. Por isso, defende que os governos devem atingir um equilíbrio entre o apoio que estimula o crescimento da indústria e investimento, e aquele que introduz práticas injustas no mercado e protecionismo que pode prejudicar a competitividade.
Regimes de Propriedade Intelectual estão sendo aprimorados em muitos mercados emergentes, no entanto, mais avanços são necessários, aponta o estudo, ao enfatizar que a proteção à propriedade intelectual permanece criticamente importante para a competitividade do setor de TI e é uma forma relativamente de baixo custo de estimular o desenvolvimento econômico de longo prazo.
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