USP utiliza analytics para dar melhor qualidade de vida a pacientes terminais no Hospital do Câncer de Barretos

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Alexandre Chiavegatto Filho, professor de Estatísticas de Saúde na Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), aproveitou o painel sobre big data realizado ontem,16, na Futurecom, para explicar como a tecnologia tem sido utilizada na saúde. Através do big data, a universidade conseguiu desenvolver algoritmos de machine learning capazes de melhorar a qualidade de vida de pacientes terminais no Hospital do Câncer de Barretos.

De acordo com ele, a tecnologia foi utilizada para que pacientes com menos de 30 dias de vida pudessem minimizar suas dores. A partir da análise de 27 variáveis, o algoritmo de machine learning conseguiu um índice de acerto de 80% e garantir uma melhor qualidade de vida aos pacientes terminais. O big data, no caso, é o repositório onde todas as informações do pacientes estão armazenadas e podem ser analisadas pelo machine learning.

Apesar do sucesso do caso de uso da USP, o big data ainda não é devidamente utilizado no Brasil. "O mercado de analytics chegou a US$ 1,3 bilhão em 2017, segundo a Frost & Sullivan, mas o Gartner aponta que 60% dos projetos de big data falham", diz Paulo Zambroni, diretor de Serviços OSS e BSS da Ericsson. O principal problema continua sendo a falta de especialistas em dados, definiram os especialistas no painel.

"As empresas também precisam saber o que fazer com os dados", afirma Antônio João, diretor executivo da Embratel. Segundo ele, com a nova Lei de Proteção de Dados Pessoais (LPDP), as corporações não devem capturar todos os dados – pois não vão ter capacidade para tanto – e dar visibilidade do que tem. "Não pode querer abraçar o mundo."

O primeiro passo, ainda de acordo com ele, é ter governança dos dados para depois começar a utilizá-los para melhorar os processos internos e desenvolver novas soluções. "As empresas também precisam se espelhar em casos de uso de seu segmento para evitar falhas e entender como a tecnologia trabalha em seu próprio setor", complementa Zambroni, da Ericsson.

O professor da USP concluiu o painel comentando que o uso de dados para tomar decisões está virando realidade, com hospitais como Albert Einstein e Sírio Libanês já contando com áreas de dados. "Hospitais menores ainda estão começando, até porque a quantidade de dados é menor, mas em dois ou três anos, essa abordagem já deve ser popularizada."

1 COMENTÁRIO

  1. Fantástica matéria. Quem sabe num futuro próximo usando ferramentas como estas poderão definir com grão de eficácia muito grande avanços ainda mais considerais a área de saúde. Por exemplo imagina um sistema semelhante ao Alphazero da Google, compilando e aprendendo tudo sobre o tratamento de câncer em super velocidade, imagina o quanto poderia dar avanços ao tratamento.

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