Bitcoin ainda é a principal criptomoeda utilizada em extorsão de ransomware

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Relatório feito pela Chainalysis, especialista em análise de blockchain, mostra que o criptocrime encolheu em 2023. No entanto, apesar da queda de 38% nas transações criminosas ao longo do ano, o capítulo introdutório do Crypto Crime Report 2024, movimentou US$ 24,2 bilhões, contra os US$ 39,6 bilhões registrados em 2022. Deste total, cerca de US$ 14,9 bilhões (61,5%) estão relacionados a transações ilícitas de entidades sancionadas.

Segundo a consultoria, as atividades ilícitas representaram 0,34% do volume total das transações em blockchain no ano passado – o que indica maturidade da indústria, na leitura da empresa.

"Com o Bitcoin ultrapassando a marca de US$ 46.000 devido à recente decisão da SEC de aprovar ETFs de BTC à vista, há fortes sinais de que o inverno cripto está descongelando. Juntamente com a redução significativa nas atividades de crimes no ano passado, parece que uma nova fase de crescimento poderá em breve chegar", disse Eric Jardine, líder de pesquisa de crimes cibernéticos da Chainalysis.

A queda no volume de transações ilícitas é em atribuída ao declínio nas fraudes e nos fundos de criptomoedas roubados, para os quais a receita total caiu 29,2% e 54,3%, respectivamente.

Curiosamente, segundo o estudo, o declínio nos fundos roubados foi impulsionado por uma retração no hacking de DeFi, que é uma das áreas mais promissoras do ecossistema de criptomoedas, em grande parte devido à sua transparência. Esta queda pode representar a reversão de uma tendência que a Chainalysis observa desde 2022, e pode ser um sinal de que os protocolos DeFi estão melhorando suas práticas de segurança.

Por outro lado, os mercados de ransomware e darknet – duas das modalidades mais proeminentes do criptocrime – viram as receitas aumentar em 2023, em contraste com as tendências gerais. "O crescimento das receitas de ransomware é decepcionante após as fortes quedas que vimos no ano passado e sugere que talvez os atacantes tenham se ajustado às melhorias de segurança cibernética das organizações", disse Jardine. "Também parece que o encerramento da Hydra fez pouco para dissuadir os mercados da darknet, uma vez que a atividade ilícita nesses canais está se recuperando, com a receita total alcançando os máximos históricos de 2021", afirmou.

Outro fator indicado pela Chainalysis é a mudança contínua do Bitcoin como a criptomoeda preferida dos cibercriminosos. Embora algumas formas de atividade ilícita (como vendas no mercado darknet e extorsão de ransomware) ainda ocorram predominantemente em Bitcoin, outras (como fraudes e transações associadas a entidades sancionadas) mudaram para stablecoins. No geral, o Bitcoin foi utilizado em pouco menos de 25% de todas as transações ilícitas, muito atrás das stablecoins, que agora representam a maior parte das atividades, em linha com o crescimento geral das stablecoins.

"Essa mudança do Bitcoin é um desenvolvimento interessante e mais uma vez fala da maturidade do setor. Com base na recente decisão da SEC sobre ETFs de Bitcoin, à medida que 2024 se desenrola, acredito que veremos um impulso para uma infraestrutura de mercado mais madura que incentivará a custódia e um ecossistema de troca mais saudáveis e competitivos nos principais mercados", concluiu Jardine.

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