A Telefônica-Vivo lançou nesta terça-feira, 18, um serviço de conteúdo de jornais e revistas over-the-top (OTT), o Nuvem do Jornaleiro. Com mais de 200 revistas e 40 jornais, além de notícias das agências EFE e AFP, a plataforma funciona como uma espécie de Netflix dessas publicações, oferecendo a leitura em dispositivos móveis e computadores mediante o pagamento de uma taxa semanal de R$ 3,49 (cerca de R$ 14 mensais) para clientes da Vivo pré-pago ou pós-pago. Trata-se de mais uma estratégia da operadora de oferecer um serviço de valor agregado (SVA) para incrementar a receita proveniente de dados na telefonia móvel, a exemplo das plataformas Nuvem de Livros e Vivo Música by Napster.
O conteúdo das publicações é apresentado em PDFs estáticos (e com compressão para economizar banda), que são reproduções fiéis das versões impressas, e são armazenados no data center da operadora em Tamboré, na região de Santana do Parnaíba, em São Paulo. Apesar de ser exclusivo para clientes da Vivo, é possível acessar o conteúdo por meio de redes fixas e de outras operadoras, bastando efetuar o login (número do celular) com senha. Mas para não depender apenas de disponibilidade de rede, o serviço OTT permite salvar publicações nos dispositivos para leitura offline.
A plataforma disponibiliza a versão atual da revista ou jornal, além de mais 11 edições anteriores. As publicações das agências de notícias são também ofertadas em outros idiomas e com conteúdo de mais de 150 países. "A ideia é transformar a Nuvem do Jornaleiro em um quiosque virtual, como uma banca na qual procuramos publicações", comparou o presidente da Telefônica, Antonio Carlos Valente.
Modelo de negócios
O investimento foi da Gol Mobile, braço do Grupo Gol, que também detém a desenvolvedora de aplicativos móveis PlayTV e já possuía parceria com a operadora no serviço Nuvem de Livros, lançado em 2010. O modelo de negócios da Telefônica é distribuir royalties para as editoras, que ganham em cima da taxa dos usuários apenas por estarem publicadas na Nuvem do Jornaleiro. Entretanto, há distribuição de royalties baseados em desempenho também. Outro ponto ressaltado por Valente é que há o respeito ao esquema de distribuição das publicações físicas, que são priorizadas. Esse esquema é coordenado pelo Instituto Verificador de Circulação (IVC). "Há uma diferença de tempo na disponibilidade (das publicações) nas bancas, mas que é compensada por uma disponibilidade imensa", diz.
Também faz parte do modelo o repasse de informações de consumo que são estratégicas para as editoras. De acordo com o presidente do Grupo Gol, Jonas Suassuna, não há implicações de privacidade ao cliente porque são informações apenas de localização (somente a cidade) e de quantidade de visualizações de páginas de publicidade, que são auditadas pelo IVC. "Não tem problema de privacidade, não posso pular nem um milímetro disso, é uma política de segurança da própria Telefônica", explica. "A cada 5 minutos, a gente atualiza (as editoras sobre) quem está lendo", diz.
Suassuna garante que há negociação com outras editoras que ainda não aderiram à plataforma da operadora, mas reconhece que muitas já possuem seus próprios recursos para disponibilizar o conteúdo online. "Estamos em negociações abertas com veículos que estão observando. A gente coloca (a Nuvem do Jornaleiro) como mais um mercado possível", destaca.
O serviço OTT já está disponível no Brasil (e deverá ser lançado em seguida também no Peru, Chile, Colômbia, Argentina, México e Espanha) para computadores e smartphones e tablets com os sistemas operacionais Android e iOS. A Telefônica promete para meados de abril versões do aplicativo para os sistemas Firefox e Windows Phone. Também para breve, a operadora pretende continuar seguindo na oferta de conteúdo para aumentar a receita de SVA, como uma nuvem com games educacionais e conteúdo para estudo para concursos públicos.