CGU utiliza ferramenta analítica para monitorar gastos públicos

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Visando identificar pontos de maior risco na execução de despesas públicas e do controle interno e disponibilizar informações estratégicas para subsidiar os gestores públicos, a Controladoria Geral da União (CGU) adotou a ferramenta analítica da MicroStrategy. O objetivo foi ainda avaliar pontos de melhoria nos sistemas governamentais capazes de minimizar a ocorrência de transações irregulares. Implementado no Observatório da Despesa Pública (ODP), uma unidade permanente da CGU, o projeto se apoia em tecnologia da informação de ponta para a produção de informações que visam subsidiar e acelerar a tomada de decisões estratégicas, por meio do monitoramento dos gastos públicos.

A CGU é o órgão do Governo Federal responsável por assistir direta e imediatamente o Presidente da República em questões relacionadas à defesa do patrimônio público e ao incremento da transparência da gestão, por meio das atividades de controle interno, auditoria pública, correição, prevenção e combate à corrupção e ouvidoria. Também exerce, como órgão central, a supervisão técnica dos órgãos que compõem o Sistema de Controle Interno e o Sistema de Correição e das unidades de ouvidoria do Poder Executivo Federal, prestando a orientação normativa necessária. Atualmente conta com cerca de 2,5 mil auditores e tem presença em todos os estados do País. Sua unidade ODP contribui para o aprimoramento do controle interno e funciona como ferramenta de apoio à gestão pública. Os resultados gerados por ela servem como insumo para realização de auditorias e fiscalizações conduzidas pela CGU, bem como para informar aos gestores sobre indicadores gerenciais relativos à realização de gastos públicos, de modo a permitir análises comparativas, subsidiando a tomada de decisões para melhoria da aplicação dos recursos públicos.

Segundo Henrique Rocha, coordenador Geral do Observatório da Despesa Pública da Controladoria Geral da União, o monitoramento dos gastos públicos emprega um conjunto de ferramentas – dentre elas a plataforma analítica – para analisar os dados coletados dos sistemas de informação utilizados pelo Governo Federal. Através de teste de hipóteses, identificação de padrões de gasto e correlação de dados, o ODP seleciona transações e processos atípicos para serem verificados em auditorias. Dentro deste contexto, o BI é utilizado hoje pelo ODP para explorar as bases de dados essenciais para o controle, como dados financeiros, de pessoal, de convênios, entre outros, e também para distribuir as informações sobre as transações detectadas como atípicas.

"O modelo desenvolvido permite analisar a totalidade das transações para que a auditoria priorize aquelas com maior risco e, dessa forma, atue de forma concentrada nos pontos críticos. É uma espécie de "malha fina" das despesas públicas. Além disso, os casos encontrados também são compartilhados, por meio do Portal ODP, com os gestores públicos. Essas informações podem colaborar para que eles mesmos avaliem e adotem medidas de reforço dos seus controles internos", explica Rocha.

Atualmente o ODP tem cerca de 10 temas em monitoramento: Bolsa Família, Garantia Safra, Licitações, Terceirização, Convênios, Cartão de Pagamentos do Governo Federal (CPGF), Fundações de Apoio, Diárias e Passagens, entre outros. São mais de 200 trilhas de auditoria desenvolvidas para esses assuntos e que são executadas periodicamente. Entre as verificações realizadas estão: beneficiários de programas sociais falecidos, donos de empresas ou proprietários de veículos; vínculos entre licitantes e servidores públicos; gastos com cartão de crédito governamental em estabelecimentos atípicos, entre outros.

Após a adoção da plataforma analítica foi possível acelerar o processo de levantamento de dados para produção de informes e obter insights para cruzamento dos dados em busca de transações que fogem da normalidade. Os gestores públicos de todos os Ministérios recebem periodicamente relatórios comparativos de desempenho na compra de passagens aéreas. Trata-se do relatório mais requisitado e que traz informações que permitem a implementação de mudanças em seus processos internos para aumentar a eficiência nesse tipo de gasto. Um dashboard apresenta os valores médios pagos em passagens aéreas por trecho e a antecedência média da compra, assim como outras totalizações. Além disso, apresenta a posição do Órgão em relação aos demais no ranking que detalha os melhores compradores.

"Utilizar um BI nos ajudou também a identificar pontos de inconsistência de dados e, ao permitir análise agregada dos resultados do monitoramento, a visualizar a concentração de determinados alertas em unidades ou regiões até então não percebidas dessa forma", ressalta o coordenador.

Para a escolha da ferramenta, a CGU realizou provas de conceito com as ferramentas líderes de mercado. Com isso, conseguiu levantar as características necessárias ao projeto e lançar um edital de licitação. Ao final da disputa, a Microstrategy foi a vencedora por atender os requisitos do edital e também por apresentar o menor preço. "Com a Microstrategy passamos a ter suporte à análise de grandes volumes de dados e flexibilidade e rapidez na manipulação de informações. Além disso, a plataforma apresenta uma excelente usabilidade, camada visual para apresentação de informações atraente e nos permite a distribuição de informações por toda a organização", finaliza Rocha.

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