Montadoras apostam no social para reverter queda do hábito de dirigir entre jovens americanos

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    Pesquisas nos Estados Unidos apontam para enfraquecimento do carro como "símbolo primordial de independência" entre os jovens. É o que aborda notícia de hoje,18, do jornal Financial Times. Segundo a matéria, cai a cada ano o número de solicitações de licenças para dirigir em meio à população mais jovem dos Estados Unidos, que estaria trocando o carro por meios alternativos, como transportes públicos e bicicletas.

    Estudo divulgado este mês pelo Frontier Group aponta que a fatia de jovens entre 14 e 34 anos sem licença para dirigir aumentou para 26% em 2010, contra 21% uma década antes (alguns estados norte-americanos permitem que adolescentes de 14 anos obtenham carteira para aprender a dirigir). Outro estudo, da Universidade de Michigan, mostra que pessoas com menos de 30 anos respondem por 22% das licenças, um terço a menos do que em 1983, com declínio mais acentuado entre adolescentes.

    "Mesmo entre jovens com emprego, a quantidade de milhas dirigidas cai a cada ano", disse ao FT o analista sênior do Frontier Group, Tony Dutzik. Segundo ele, o estudo constatou que jovens com renda acima de US$ 70 mil dobraram o seu uso de transportes públicos e bicicletas, entre 2001 e 2009.

    A tendência já chama a atenção das montadoras do país, que se perguntam se o fato é mero reflexo da crise econômica internacional ou se está em curso uma mudança de hábitos permanente, numa era em que redes sociais como o Facebook e dispositivos como iPhone ajudam a encurtar distâncias e reduzem a necessidade de deslocamentos físicos.

    "Com a ascensão das mídias sociais, as pessoas ficam menos juntas cara a cara, então não precisam tanto de carros", avalia Jeremy Anwyl, executivo do site Edmunds.com, especializado em pesquisa de automóveis. Ele também destaca o fato de que as dificuldades econômicas resultam em pessoas morando em regiões mais distantes, com mais uso dos carros dos pais ou de meios alternativos.

    Para a indústria automotiva, o desafio é vender carros para uma população cada dia menos interessada em dirigir. Uma das saídas encontradas, segundo aponta o FT, é uma maior presença das marcas nas redes sociais, onde buscam atingir segmentos específicos com ênfase na tecnologia interativa embarcada nos seus modelos.

    Um exemplo é a marca Ford, que anunciou recentemente parceria com a Yahoo para produzir um programa seriado para web com objetivo de promover a nova versão elétrica do seu modelo Focus. Na campanha, a Ford decidiu apostar unicamente em mídia online, com um custo que, segundo o jornal, representa uma fração do que seria se o investimento fosse em mídia tradicional.

    No Brasil, a Ford incluiu em sua página no Facebook um programa que permite fazer um test-drive virtual com o novo Focus Eletric.

     

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