N. Chandrasekaran, executivo-chefe (CEO) da Tata Consultancy Services (TCS), braço de tecnologia da informação do grupo indiano Tata, está entusiasmado com o desempenho da empresa, cujo lucro no primeiro trimestre cresceu 30,6%, para US$ 532 milhões, e a receita 34,4%, totalizando US$ 2,41 bilhões.
Em entrevista ao Financial Times, o CEO prevê uma demanda constante por serviços da TSC. Segundo Chandrasekaran, o problema do mercado é esquecer que, com o fim da crise econômica mundial, os consumidores estão em busca de serviços cada vez mais personalizados. "Os clientes têm um plano e se nós não nos adaptarmos a ele, não tem negócio", afirmou.
O executivo atribui o crescimento recorde da empresa – de 6% a 15% em todas as regiões onde atua – ao investimento nas chamadas economias emergentes, como Brasil e México. E revelou metas agressivas para os próximos cinco anos: a TCS busca elevar a receita em 30%.
Chandrasekaran adiantou que a TSC vai buscar a expansão por meio de aquisições. Segundo ele, a empresa dispõe de US$ 2 bilhões reservados para a compra de empresas, principalmente nos mercados da Europa e do Japão, onde ela pretende aumentar sua presença.
Analistas ouvidos pelo jornal britânico ponderam, entretanto, que o futuro do setor é incerto, visto que a principal concorrente indiana da TSC, a Infosys, tem apresentado forte desaceleração no ritmo de crescimento. Além disso, ressaltam que rivais globais como a Accenture, IBM e Capgemini não podem ser ignoradas, bem como a empresa deve estar atenta para os aumentos dos salários indianos a níveis superiores à inflação, que podem tornar a empresa menos competitiva.
Mesmo assim, quando questionado sobre esses tópicos, Chandrasekaran insistiu que as empresas indianas de outsourcing permanecem em vantagem. Segundo ele, a TCS deve contratar 60 mil profissionais neste ano, número igual ao do ano passado. Sobre a medida do governo norte-americano que aumenta a taxa de visto de negócios para profissionais do país, de US$ 320 para US$ 2 mil, e que aumentaria bruscamente os gastos da TCS, o executivo disse que permanece confiante no desempenho global da indiana. "É o único fator em toda nossa cadeia de valor. O segredo está em trabalhar o modelo de negócio e contornar o problema", finalizou.
- Negócios