Após vender o contrato que mantinha com o Banco Santander para a Resource, integradora de soluções de TI, diante da necessidade de concentrar a atuação em atividades que gerem caixa, a DTS Consulting dediciu dividir suas operações em seis novas empresas independentes, as quais ficarão sob o quarda-chuva de a uma única holding.
Com isso, a empresa espera reduzir os custos, fechar filiais deficitárias e se tornar mais ágil no atendendimento de setores prioritários, como o financeiro.
A nova estrutura ficará sob o controle da holding, a qual respondenrá pela contabilidade, finanças, auditoria e controladoria. Debaixo dela estarão a DTS Consulting, que atuará com projetos para bancos e o mercado financeiro; a AMSW (marcas Katalogo e XpressSoft), que atuará com software para varejo/distribuição; a DTS Software, com ênfase no mercado corporativo, incluindo tecnologias de parceiros como Informatica e Embarcadero, entre outras; a DTS Micro Focus; a Quest (Espanha), responsável pela atuação da empresa em países hispânicos (Argentina, Chile, Colômbia, Espanha, México, Peru e Venezuela); e por último a Foco, voltada ao desenvolvimento de software e projetos para grandes bancos.
De acordo com o CEO da DTS Consulting, Fernando Parra, além de contribuir para que a empresa concentre suas operações em projetos e soluções de software para o mercado financeiro na América Latina, área na qual quer agregar mais conhecimento e que responde por cerca de 75% do faturamento da empresa.
"A separação nos proporcionará melhor controle e mais foco de mercado", afirma Fernando Parra, CEO da DTS Consulting. Em uma ação prévia, que marcou o início do processo de reestruturação, a empresa havia se desfeito das suas operações no modelo de body shop (expressão usada designar a empresa que terceiriza técnicos para serviços temporários), a qual culminou na demissão de 600 funcionários. Segundo Parra, esse tipo de serviço se tornou uma commodity no mercado. "A América Latina demanda muito serviços de body shop, mas gera uma contingência trabalhista muito grande e tem margens pequenas", comenta o executivo.
Além disso, Parra frisa que a redução do quadro é essencial para as empresas obterem melhores resultados. "Essas empresas têm de ser enxutas, pois o foco é a geração de caixa e quando mais enxuta, melhor ela opera", explica o executivo, ressaltando que com a reestruturação foi diminuído o número de diretores, que passou de 12 para 8. Atualmente, o quadro de funcionários da empresa é de cerca de mil profissionais.
Mesmo com a crise financeira mundial, que acertou em cheio o setor financeiro, o CEO da DTS acredita que ainda há muito espaço para crescer no mercado e mantém expectativas otimistas para 2009. "Para reduzir os custos e melhorar os processos, ações necessárias em momentos de crise, as instituições financeiras têm de investir em TI", salienta. Apesar disso, Parra diz que, apesar de não ser muito relevante, a empresa acabou perdendo algumas oportunidades de negócios com a crise, principalmente em bancos de pequeno e médio porte, os com os quais esta em negociação mas que preferiam não realizar investimentos em TI nesse momento.
A DTS Consulting espera fechar o ano com faturamento de R$ 250 milhões, um crescimento de 10% em relação ao ano passado. Para 2009, a expectativa é obter um resultado 30% superior e somar receitas de R$ 325 milhões. No entanto, Parra avalia que com a desativação das operações de body shop, a DTS deixou de ganhar cerca de R$ 40 milhões neste ano.
- Mudança estratégica