Campanha de Obama é modelo para alavancar propaganda on-line, diz publicitário

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A candidatura do atual presidente dos Estados Unidos Barack Obama foi um ótimo exemplo para quem quer fazer campanha política utilizando não só os recursos tradicionais, mas também os de interatividade disponíveis por meio das tecnologias de web 2.0. A grande novidade trazida pelo presidente americano foi transformar os eleitores em verdadeiros cabos eleitorais, dando a eles a função de divulgar as novidades do programa eleitoral, os próximos comícios e até convencer seus amigos indecisos a votar nele.
Eduardo Bicudo, presidente da agência de publicidade Wunderman do Brasil, usou o caso de Obama para mostrar como a internet é essencial para o lançamento de qualquer campanha publicitária e como é necessário que as empresas adequem sua linguagem ao novo ambiente criado pela web 2.0. A apresentação foi feita durante palestra nesta quinta-feira, 19, último dia do Web Expo Forum, promovido pelas revistas TI INSIDE, TELETIME E TELA VIVA.
Bicudo mostrou como Obama se dispôs a "perder" um pouco do controle sobre a reação das pessoas, deixando que elas se comunicassem e divulgassem suas próprias impressões e opiniões sobre sua candidatura, enquanto a única coisa que a coordenação da campanha fez foi monitorar e responder às reações.
O presidente da agência considera que é muito importante que as empresas abram mão do controle que têm sobre o retorno de suas campanhas publicitárias. Para ele não adianta tentar prever a reação do público quando se trata de internet, "um meio em fluxo contínuo de transformação". O que as empresas de marketing precisam fazer é garantir a transparência e a autenticidade de suas atitudes, porque é isso que as pessoas reconhecem e se identificam quando veem um anúncio publicitário. "O importante é ser verdadeiro e deixar que todos saibam quais as intenções de determinada atitude", enfatiza Bicudo.
Para ele, o grande desafio agora é usar todas as ferramentas sociais que a internet já proporciona para que o contato com as pessoas seja real, e não apenas mais uma ferramenta corporativa. Baseado na candidatura de Barack Obama à presidência, ele mostra como uma marca deve se expor e não ter medo de perder o controle sobre seu público alvo – ele acredita que os tempos em que as agências podiam prever qual seria a reação de cada um já passou. Bicudo acha que todas as empresas deveriam seguir o exemplo de Obama e transformar as pessoas em transmissores de mídia, e estar preparadas para ouvir reclamações e cobranças para que a evolução possa ser constante.
O presidente da Wunderman avalia, porém, que a iniciativa pública ainda não está pronta para seguir esse caminho. Ele conta que, do ponto de vista judiciário, o Brasil ainda precisa evoluir muito e que, no que diz respeito à tecnologia, "a legislação brasileira ainda não vive nesse século". Na visão de Bicudo, ainda vai demorar para que sejam feitas políticas públicas envolvendo as ferramentas sociais da internet. Por isso, ele defende um diálogo constante para que essas ações sejam estimuladas.

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