Para especialista, empresas precisam se adequar para atuar no mercado social

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A última vez que houve uma transformação tão radical no mundo foi quando a prensa foi inventada por Gutenberg. Com estas palavras o diretor de inteligência de mercado do Ibope Inteligência, Marcelo Coutinho, abriu sua palestra nesta quinta-feira, 19, no Web Expo Forum, promovido pelas revistas TI INSIDE, TELETIME E TELA VIVA.
Na exposição, ele mostrou como a internet mudou e continua transformando a cultura e as formas de interação entre as pessoas. Segundo Coutinho, a cultura social da internet trouxe novos conceitos para o mercado e foi responsável por novas formas de se fazer negócio. Mas observou que, embora sejam mais do que experientes em agir no mercado econômico, as empresas ainda não conseguem entender como proceder dentro do mercado social, regido pela web, onde o que importa é a interação e a convivência entre as pessoas. Ele aconselha as companhias a se tornarem pontos de conversação, e não apenas corporações que existem com o único objetivo de obter lucro.
O especialista do Ibope considera que a cultura digital funciona baseada em dois conceitos fundamentais: o da cultura do remix e o da cultura do fã. O primeiro se apóia no fato de que tudo o que existe pode ser digitalizado e, portanto, reinventado. Qualquer tipo de informação pode ser reinterpretada por qualquer um, a todo momento. Já a cultura do fã é a responsável pela duração de determinado conteúdo por tempo indeterminado na internet, uma vez que as pessoas continuam interagindo em torno daquela informação e conversando por causa dela.
Esses dois conceitos, segundo Coutinho, são os responsáveis pela grande subversão que a web 2.0 trouxe para a internet. Ele explica que a rede criou um "ruído de fundo", em que os formadores de opinião vêm de todos os lugares e não há mais apenas uma única fonte de informação – é muito fácil encontrar outras opiniões sobre qualquer assunto, já que agora todos os usuários também são fontes de informação.
Durante a palestra Coutinho chamou a atenção para a necessidade das empresas se "encaixarem" nesse novo nicho de comunicação e, em vez de apenas procurarem novas formas de obter lucro direto, se preocuparem em achar pessoas que tenham um alto nível de conversação e possam disseminar as mensagens que são divulgadas. Para ele, o importante é perceber que o capital social [referindo-se à capacidade de interação e conversação das pessoas na internet] não pode ser comprado, mas ser conquistado.

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