Uma pressão sócio-ambiental começa a cair sobre os ombros das empresas, e os outsourcers de impressão devem se preparar para mais esta virada. Que ações eles devem tomar para continuar tendo bons resultados?
Vamos direto aos fatos:
1 – Não é novidade para ninguém que papel consome recursos naturais. Talvez seja novidade para alguns que tonners e cartuchos são um problema na hora de seu descarte, por seu conteúdo tóxico.
2 – Papel reciclado ajuda, mas mesmo ele consome novas árvores e muita, muita água.
3 – Vários selos de qualidade e de certificação sócio-ambiental vêm sendo criados. Eles ainda não são padrão, mas serão.
4 – Imprimir menos é uma necessidade planetária, mas, se depender do homem, imprimiremos cada vez mais. Afinal, cada vez mais precisamos de mais documentos e precisamos sempre tê-los à mão.
Como as empresas resolverão esse paradoxo? Como os fornecedores de impressão resolverão esse aperto em seu futuro faturamento?
Bem, enfrentar essa crise pode ser difícil, mas não é impossível. O melhor dos mundos seria que estes fornecedores de impressão fornecessem uma solução completa, ou seja, da impressão à criação de documentos em mídias digitais; do papel ao descarte adequado de tonners. Assim, garantiriam os certificados verdes aos seus clientes.
Estes fornecedores já sabem muito bem lidar com reciclagem de cartuchos e tonners, se não, estão fadados à extinção. O que estes fornecedores não sabem ainda é como manter seu faturamento com menos impressões. Para isso, terão que deixar correr um sangue verde em suas veias, e se adaptar às novas mídias de documentos.
A tecnologia está a nosso favor, nesse caso. PDAs, celulares e notebooks estão cada vez mais potentes, versáteis e baratos. A capacidade de transporte de documentos nesses equipamentos é virtualmente infinita se considerarmos suas capacidades de conexão à Internet. Certificados digitais podem garantir a autenticidade de tais documentos, e assinaturas digitais podem confirmar sua utilização no workflow das empresas. Imprimir tais documentos passa a ser opcional, mas nem sempre para o usuário final isso é uma tarefa simples. Então, cabe ao fornecedor de impressão tornar isso tão fácil quanto apertar o botão de print.
Portanto, qual é o real desafio? Transformar o serviço de impressão em um serviço de documentação. Isso exigirá que estas empresas adquiram um knowhow que elas não acreditam ser parte do seu negócio, e é nesse ponto que elas se enganam. Imprimir já é um transporte de mídia de um documento digital para um documento físico; escanear um documento e colocar na rede é uma manipulação de documentos; e disponibilizando impressoras multifuncionais, os outsources já fazem isso. Ou seja, eles já interferem no processo documental de seus clientes, mas não são regulamentados como tal. Afinal, sua preocupação é mandar a conta de quantas páginas foram impressas, e raramente se preocuparam em outras formas de manipulação de documentos.
A saída para o paradoxo mencionado no início desse artigo é exatamente a transformação dos serviços prestados. Os outsourcers de impressão devem transformar-se em outsourcers de documentação, fornecendo aos clientes todas as ferramentas possíveis para a manipulação de documentos, desde o controle do ciclo de vida, seu armazenamento, ferramentas de document warehousing, até a impressão propriamente dita, caso seja necessário. Sempre tomando o cuidado de garantir ao cliente que quando a impressão for efetuada, esta será sempre a mais eficiente possível. Em outras palavras, que a impressão sairá na impressora mais adequada àquele documento. O cuidado adequado aos documentos reflete o comprometimento sócio-ambiental das empresas.
Adequar-se a esta necessidade verde é o próximo passo na escala evolutiva do outsourcing de impressão no Brasil. Não há mais como se esquivar desta tendência, o mundo começa a cobrar estes certificados verdes. Será que você ou seu outsourcer está preparado para esta evolução?
* André Balparda é Product Manager da Eccox
andre.balparda@eccox.com.br