País precisa ter políticas públicas para que inovação avance, diz estudo

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Para que o Brasil avance em termos de inovação, o poder público deve ser proativo na formulação de políticas e ter a iniciativa de aprofundar o
diálogo com o empresariado. Essa é uma das constatações do estudo "Estratégias de inovação em sete países: Estados Unidos, Canadá, França,
Reino Unido, Finlândia, Irlanda e Japão", desenvolvido por uma equipe de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) ligados ao Observatório da Inovação e Competitividade.

O trabalho foi apresentado na 8ª Conferência Anpei de Inovação Tecnológica, assembléia geral dos associados da entidade realizada, em Belo Horizonte, nesta terça-feira (20/5).

A pesquisa foi realizada em conjunto com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e reúne 140 depoimentos de governantes,
gestores, empresários e acadêmicos de sete países. As conclusões foram agrupadas em oito relatórios e entregues ao governo brasileiro com sugestões para incentivar a inovação no país.

O grupo identificou alguns pontos em comum entre as estratégias adotadas por cada um dos países analisados. Um exemplo é a prioridade dada às políticas para incentivar a inovação. "Nesses países, os governos não estão à margem.
Eles participam e interferem no processo por meio de subsídios, créditos e outras ações que ajudam as empresas a se qualificarem", segundo o professor Glauco Arbix.

Nesses locais, o papel das universidades no processo de inovação também é tema de debate. Em graus diferentes, todos estão construindo formas de cooperação e diálogo entre o setor público e privado, com mobilização do empresariado. Outro ponto que merece destaque é o esforço dos governos nestes países em se adaptar às mudanças. Como explica o proofessor, "Isso significa olhar para novas áreas, como pequenas e médias empresas. Nos
últimos anos, houve uma multiplicação de programas de incentivo a este grupo, com injeções de crédito para estimular o empreendedorismo", diz Arbix.

Na avaliação dele, o Brasil tem avançado, mas nem sempre reconhece o lugar central que o conhecimento passou a ocupar na economia. Entre as recomendações deixadas para o governo do País, está o aprofundamento do diálogo com os empresários. "Sem essa sinergia, não será possível
implementar políticas efetivas de estímulo à inovação", diz Arbix.

Os pesquisadores propõem, ainda, a criação de um Fundo Nacional para Inovação, que garantiria recursos significativos para incentivar o surgimento de novas empresas e sustentar a aposta em projetos inovadores.

Como forma de gestão e avaliação dessas iniciativas, eles sugerem a criação de um sistema permanente de acompanhamento. Por meio de reuniões periódicas entre observatórios nacionais e associações afins, seriam identificados gargalos, organizados projetos e aprimorada a gestão das iniciativas. A pesquisa está disponível, na íntegra, no site do Observatório da Inovação e Competitividade (www.observatoriodainovacao.org.br/)

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