A área de consultoria da IBM e o Economist Intelligence Unit, unidade de inteligência da revista de economia The Economist divulgaram o oitavo ranking anual de e-readiness, que avalia a predisposição de 69 países às oportunidades de negócios baseados na Internet. Em 2007, o estudo mostrou que países do mundo inteiro continuam a adotar rapidamente as tecnologias da informação e comunicação (TIC).
Na América Latina, o estudo apontou que o Chile possui o ambiente mais propício para realização de negócios on-line, sendo o único país latino-americano entre os 30 primeiros no ranking geral. O Brasil caiu duas posições em relação a 2006, foi da 41ª para a 43ª posição No entanto, o país melhorou de pontuação: obteve 5,45 pontos, contra 5,29 no ano passado.
A Argentina vem logo atrás do Brasil, na 44ª posição, tendo caído duas posições em relação ao ano anterior, ao passo que o México subiu uma posição e ocupa agora o 38º lugar.
De acordo com o estudo, o e-readiness continua a progredir no mundo inteiro em 2007, mas conseguir isso está ficando mais complexo. O Economist Intelligence Unit elevou o nível de exigência em e-readiness, modificando sua metodologia de classificação. Diversos países, particularmente na Ásia, tiveram suas posições melhoradas, enquanto outros fizeram o oposto.
Ao mesmo tempo, os princípios fundamentais do e-readiness permanecem os mesmos, e os países líderes em 2006 continuam sendo à frente dos demais também nesta edição ? nove dos dez principais países do último ano permanecem entre os dez primeiros em 2007.
A Dinamarca e os Estados Unidos se mantêm em primeiro e segundo lugar na classificação (com a Suécia empatada em 2º), mas Hong Kong (4º), Cingapura (6º), Coréia do Sul (16º), Taiwan (17º) e Japão (8º) melhoraram suas pontuações e classificações em 2007. Isso ocorreu, em grande parte, devido à visão e ao compromisso de seus governos em estimular o desenvolvimento digital e ao progresso contínuo na adoção de banda larga e de outras infra-estruturas avançadas.
Diversos países que despontavam, por outro lado, sofreram uma mudança em seu desempenho geral, como resultado de alterações na metodologia do estudo. Isso se deve principalmente a um foco mais concentrado em governo eletrônico e ambiente político, assim como educação e inovação. Dentro os países afetados estão a Suíça (5º), o Canadá (13º), a Alemanha (19º) e a Irlanda (21º). O nível de e-readiness não caiu, mas os ajustes do modelo revelaram áreas em que estes e outros países precisam melhorar para manter seu progresso.
Sobre o ranking
Desde 2000, o Economist Intelligence Unit publica anualmente uma classificação de e-readiness das maiores economias do mundo, usando um modelo desenvolvido junto com o IBM Institute for Business Value. O e-readiness de um país é uma medida de seu ambiente de negócios eletrônicos: um conjunto de fatores que indica quão aberto é um mercado a oportunidades baseadas na Internet. Trata-se também de como indivíduos e empresas consomem bens e serviços digitais.
?O papel dos governos na implementação da base estrutural e de políticas para uma economia capacitada para a Internet é essencial à medida que as empresas e a sociedade se adaptam à globalização contínua?, diz Ricardo Gomez, diretor da área de consultoria da IBM Brasil. ?Essa base oferece um caminho crítico para indivíduos e empresas utilizarem os novos canais digitais de forma inovadora, impulsionando ainda mais o desenvolvimento econômico do país?.
Outros destaques da classificação de 2007 incluem:
● Os objetivos de e-readiness dos países estão mudando. As conexões de Internet, por exemplo, precisam estar mais do que simplesmente disponíveis; elas têm que ser rápidas, seguras e acessíveis, permitindo que as pessoas utilizem a Web de forma eficiente. Embora ainda seja importante para os governos incentivar o uso da Internet de alta velocidade, na verdade a oferta de serviços através de canais eletrônicos já representa um indicador de sucesso político.
● A desigualdade digital continua a diminuir. Apesar da queda na pontuação de alguns países, o nível de e-readiness geral está melhorando visivelmente: a pontuação média global de 6,02 em 2006 subiu para 6,24 esse ano. E a diferença entre os líderes e os retardatários está diminuindo: a distância entre os países com a maior e menor pontuação caiu de 6,08 pontos para 5,80 pontos esse ano.
● A banda larga está cada vez mais acessível e disseminada. Um fator para a redução da desigualdade digital é a ausência de uma grande diferença no preço da banda larga entre os mercados desenvolvidos e em desenvolvimento. A menor velocidade dos serviços DSL (Digital Subscriber Line) disponíveis na Europa ocidental e na América do Norte custa aos domicílios 1% ou menos da mediana de sua receita mensal. Em outras regiões, os níveis de acessibilidade à banda larga não são substancialmente menores (entre 3% e 10% da receita doméstica). A expansão do uso de dispositivos e aplicativos móveis, entretanto, continua a representar uma espécie de ?nivelador? de tecnologia entre os países desenvolvidos e em desenvolvimento.