A área de serviços de saúde através de dispositivos móveis, também conhecida como m-Health, ainda se encontra em uma fase de experimentação, com centenas de projetos-piloto em andamento ao redor do mundo. Para entrar em uma etapa de consolidação, ela precisa se integrar a outros serviços móveis, aconselha Alain Labrique, diretor da iniciativa global de m-Health da Johns Hopkins University. "Em vez de pensarmos em verticais, como m-Health e m-Agriculture, deveríamos pensar em m-Life. Por exemplo: se um assistente de saúde puder receber seu salário apenas três minutos depois de um atendimento, em seu celular, isso seria um estímulo para aumentar a sua eficiência", sugere Labrique.
Outro obstáculo vivido atualmente pelo setor de m-Health é conseguir coletar dados que comprovem o sucesso dos projetos, de forma a convencer governos a adotá-los como políticas públicas. "Os governos trabalham com recursos limitados e por isso precisam tomar decisões muito bem pensadas de investimento. Geralmente, evitam correr riscos. A inovação acaba ficando por conta de ONGs e da iniciativa privada", comenta.
Encontrar modelos de negócios que sejam benéficos para todos os atores envolvidos é outro desafio. Labrique cita o caso de um serviço na África em que uma operadora deu celulares para médicos com planos gratuitos para chamadas entre eles. Ligações particulares, porém, são cobradas à parte e é daí que vem a receita que sustenta a iniciativa.
Vacinas
A Johns Hopkins University está trabalhando em um serviço de registro de vacinas na nuvem. Através dele, as pessoas poderão informar quando tomarem novas vacinas e verifica-las mais tarde. "A maioria das pessoas não lembra quando ou quais vacinas tomaram anos atrás", justifica Labrique. O serviço será lançado inicialmente em Bangladesh em 2013 e poderá ser replicado em outros países.
Labrique participou nesta terça-feira, 19, do Rio+Social, no Rio de Janeiro.