Papel de TICs e banda larga móvel no desenvolvimento sustentável é destaque na conferência da ONU

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As tecnologias de informação e comunicação (TICs) são ferramentas indispensáveis para o futuro do desenvolvimento sustentável e têm potencial para mitigar os efeitos do aquecimento global, segundo afirmaram hoje os participantes do painel "Banda Larga e TICs para Sociedades Sustentáveis e Inclusivas", realizado no âmbito da Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), no Rio de Janeiro.  

Segundo Johan Wibergh, vice-presidente executivo da Ericsson, que apresentou no painel os resultados do estudo “The Broadband Bridge”, com dez recomendações para lideres globais e tomadores de decisão em relação à mudança climática, as TICs podem reduzir entre 15% e 25% o volume de emissões globais de CO2 até 2020. Entre os exemplos do uso da tecnologia em prol da sustentabilidade estão frotas de ônibus equipadas com sistema de navegação por satélite, reduzindo o tempo das viagens, e, por consequência, a queima de combustíveis fósseis; e a distribuição de músicas em formato digital, o que pouparia emissões para a fabricação de CDs (além do acúmulo de lixo que estes gerariam no longo prazo).

Na mesma linha, o diretor do Ministério das Comunicações Arthur Coimbra estimou que, mesmo sendo responsável por 2% das atuais emissões globais de gases de efeito estufa (GEEs), a indústria das telecomunicações tem uma papel fundamental em "reduzir os demais 98%", por meio da otimização de processos produtivos e de transporte. Ele estimou que, no mínimo, 13% de emissões na indústria são poupadas em função da introdução de tecnologias informacionais e de banda larga. "Somente com a melhora da gestão da energia elétrica, nós conseguimos poupar 5% das emissões totais de GEEs", disse ele.

Por sua vez, Francisco Valim, CEO da Oi, destacou a importância das tecnologias móveis para o pilar social do desenvolvimento sustentável. Segundo ele, a capilaridade das redes de banda larga móvel no Brasil permite ao País objetivos ambiciosos no campo da educação à distância. De 1,7 milhão de assinaturas de Internet móvel, em 2008, estima-se que o Brasil possa chegar a cerca de 126 milhões em 2016. Em termos educacionais, isso se reflete em mais de 60 mil escolas conectadas à banda larga atualmente, em um universo de mais de 30 milhões de alunos, constituindo, segundo ele, o “maior programa de banda larga em escolas do mundo”.

Por fim, o embaixador Cheick Diarra, representante da ONU para os países de menor desenvolvimento relativo, destacou o potencial transformador que a banda larga móvel vem adquirindo nas regiões da África, Oriente Médio e Sudeste Asiático, as quais representarão, segundo dados da ONU, 50% das conexões móveis globais em 2015. Segundo ele, em muitos países africanos a abrangência dos serviços de telefonia e Internet móvel já supera a de serviços básicos como fornecimento de água potável e acesso à educação formal. “Isso torna a discussão sobre TICs indissociável do debate atual sobre desenvolvimento sustentável. Não podemos mais falar de um sem mencionar o outro”, disse.

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