Cloud computing: Tendência de sucesso nas operações de outsourcing em TI

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Este artigo tem o objetivo de mostrar que a computação nas nuvens veio com todos os atributos e potenciais para suportar um ambiente global de outsourcing, promovendo infra-estrutura e serviços com menores custos a partir de eliminação de hardwares legados e promoção de uma melhor escalabilidade para fornecer recursos de computação as empresas, de forma a atender as demandas de um mercado global imprevisível.
1.INTRODUÇÃO
Nas duas últimas décadas, o avanço da tecnologia e as transformações nos modos de produção – terceirizações, parcerias e ênfase nos serviços – trouxeram para o centro das atenções a forma de gestão Outsourcing, que pode ser apontada como a maior vantagem competitiva das empresas.
Nos últimos anos, a tecnologia tem se expandido contínua e vigorosamente em razão de mudanças no ambiente. Essa evolução e transformação na área de TI pode ser demonstrada pelo desenvolvimento acelerado do uso dessa tecnologia nas empresas. Só no Brasil, o total anual de gastos e investimentos em TI medido como um percentual de receita cresceu, nos a uma invejável taxa de 1,3% em 1988 para 5,5% em 2006/07 e continua crescendo.
Esse avanço no entanto, não se faz sem instrumentos de gestão ou estruturas de referências e transfere aos gestores um importante desafio: gerenciar a informatização das organizações de modo consistente e coerente, garantindo o alinhamento da TI com a estratégia empresarial. Logo, a terceirização surge com o papel de mecanismo de mudança, tanto nos ciclos de tempo (mudar conforme a necessidade e no menor tempo possível), quanto no processo de informatização das empresas (ALBERTIN e SANCHES, 2008).
2.OUTSOURCING DE TI
O outsourcing é uma denominação utilizada e difundida para as atividades terceirizadas, quando as organizações transferem para um prestador de serviços a responsabilidade pela realização de tarefas até então executadas internamente e com serviços próprios.
Há muitos anos, atividades consideradas não estratégicas, como alimentação, segurança, limpeza, manutenção predial etc, vêm sendo terceirizadas em larga escala em todos os setores do mercado, fazendo com que as operações sejam executadas por profissionais externos às organizações, enquanto estas procuram concentrar esforços nas suas áreas estratégias, estimuladas pela crescente competitividade do mercado que exige cada vez mais foco no negócio principal e melhorias constantes (ALBERTIN e SANCHES, 2008).
Ao longo do tempo, as atenções das terceirizações começaram, a ganhar espaço e relevância no setor de tecnologia da informação (TI), quando surgiram e proliferaram vários modelos e formatos de serviços ofertados, englobando praticamente todas as atividades consideradas prioritárias nas organizações e até então apenas supridas pelas áreas internas de TI.
Aliadas a isso, cresceu a necessidade de operações com maior robustez e confiabilidade operacional, através de soluções técnicas comprovadas, atualizadas em curto período de tempo e operando de forma segura. Com alta disponibilidade na execução de processos, através de equipamentos e sistemas monitorados por técnicos qualificados em regime de 24 horas, 07 dias por semana. Tudo isso, somado a busca permanente pela maior qualidade nas operações, fez com o outsourcing em TI fosse uma das principais razões para a grande quantidade de acordos fechados nos diversos segmentos de mercado; destacando-se especialmente as práticas voltadas para os serviços de terceirização de infra-estrutura tecnológica (ALBERTIN e SANCHES, 2008).
Com essas decisões e acordos, as organizações prevêem como principais benefícios os seguintes resultados:
•Redução nos custos e investimentos em TI;
•Aumento na qualidade e na produtividade nos níveis de serviços;
•Profissionais capacitados e atualizados freqüentemente;
•Permanente atualização da infra-estrutura tecnológica;
•Suporte técnico especializado e ininterrupto.
É provável esses serviços viabilizem reduções de custos operacionais, pois é comum o provedor de uma determinada atividade terceirizada transferir alguns benefícios conquistados ao cliente, em função da economia de escala que eles obtém. Um exemplo desse fato é o crescimento acelerado das fábricas de software, que atingiram um alto grau de produtividade a custos competitivos, oferecendo sólidos processos de construção de programas em várias linguagens. Outro exemplo é a ativação de bens de informática, onde os investimentos em ativos de TI se tornaram mais previsíveis, planejáveis e mais bem distribuídos ao longo do tempo (ALBERTIN e SANCHES, 2008).
No entanto, ao pensar em contratos de outsourcing de TI também devem estar definidos os níveis de qualidade e desempenho para os serviços que estão sendo prestados (service Level Agreements – SLA) e, em paralelo, as conseqüencias e penalidades quando os SLAs não são cumpridos. Ao contratar serviços terceirizados especializados em TI, as organizações querem agilidade, flexibilidade, qualidade e inovação na implementação de novos requisitos de negócios, buscando permanentemente uma melhor relação custo-benefício em função da produtividade e dos ganhos de escala, além de maior controle dos riscos e impactos nas operações. (ALBERTIN e SANCHES, 2008).
Uma grande preocupação dos executivos, quando a questão do outsourcing de TI, refere-se ainda a transferência do gerenciamentos das atividades críticas a terceiros, que podem colocar em risco o controle dos processos e informações consideradas competitivas para o negócio. Ou seja, a transferência da gestão em ambiente crítico sob a responsabilidade da área interna de TI para um determinado prestador de serviços. O qual necessita estabelecer um forte alinhamento de todo o cenário em questão, como também um compromisso explícito de colocaboração entre cliente e provedor contratado.
Logo, à medida que os serviços de outsourcing são consolidados nas organizações, é dever dos prestadores de serviços compreenderem precisamente as extensões dos riscos e impactos inerentes ao negócio do cliente e direcionar todos os esforços para que os serviços prestados evoluam contínua e construtivamente na busca de um equilíbrio entre pessoas, processos e negócios, alicerçados em contratos bem definidos e claros. (ALBERTIN e SANCHES, 2008).
3.COMPUTAÇÃO NAS NUVENS OU CLOUD COMPUTING
Somado a isso, surge a figura do "Cloud computing" ou computação nas nuvens que veio representar a fusão das tendências reais, tais como, serviços web, processamento escalável aliados a plataforma da Internet, datacenters, etc. Para alguns, é apenas um nome novo para iniciativas já feitas no passado, como o outsourcing (obter recursos computacionais de terceiros) e Grid Computing, que é uma rede de computadores ligados por baixo acoplamento (TAURION, 2009).
Para outros a computação nas nuvens é uma evolução natural da convergência de várias tecnologias e conceitos, como o próprio Grid, mais o conceito de Utility Computing (que são serviços computacionais comercializados de serviços utilitários , como energia elétrica), virtualização e autonomic computing, que são sistemas capazes de auto-gerenciar e corrigir problemas e falhas, acrescidos de tecnologias e tendências como: Web 2.0, SOA (Service Oriented Architecture) e o modelo de Software como Serviço (Software-as-a-Service) (TAURION, 2009).
A computação nas nuvens surgiu como um termo que descreve um ambiente de computação baseado em uma imensa rede de servidores, virtuais ou físicos, que juntos formam um conjunto de recursos, com capacidade de processamento, armazenamento, conectividade, aplicações e serviços disponíveis na internet. O resultado é que a nuvem pode ser vista como um estágio mais evoluido do conceito de virtualização, ou do próprio datacenter.
Algumas de suas principais características são:
•Elimina a necessidade de adquirir e provisionar recursos antecipadamente.
•Oferece elasticidade, permitindo que as empresas usem recursos na quantidade necessária, aumentando e diminuindo a capacidade computacional de forma dinâmica.
•E o pagamento dos serviços é feito em função da quantidade de recursos utilizados (pay – per-user).
No início desta década, empresas como Google e Amazon, de forma independente umas das outras, criaram imensos parques computacionais, baseados no conceito de nuvem, para operarem seus próprios negócios. Uma vez tendo desenvolvido estas imensas infraestruturas, descobriram que poderiam gerar novos negócios com elas, criando então as ofertas de serviços de computação nas nuvens, disponibilizando-os para o mercado. Isso aconteceu de duas formas.: uma parte foi oferecida na forma de serviços. Assim, em vez de armazenar documentos e rodar um processador de textos no próprio computador, pode-se acessar o Google Docs, que disponibiliza as principais e mais usadas funções do onipresente Office da Microsoft. Esta abordagem ficou conhecida por software como serviço ou Software-as-a-Service (ALBERTIN e SANCHES, 2008).
O SaaS já envolve hoje inúmeros aplicativos empresariais como gerenciamento de relações com o cliente, recursos humanos, contabilidade e outros, providos por empresas como Salesforce e NetSuite. E as pequenas empresas já estão recorrendo a esses serviços para fugir das dificuldades que é manter seus próprios datacenters. (TAURION, 2009).
A segunda forma de computação, terceirizada, envolve o fornecimento de processamento e capacidade de armazenamento. As companhias compram acesso ao massivo centro de dados de um provedor nas nuvem para reforçar sua capacidade em períodos de necessidade ou simplesmente substituirem sua infraestrutura.
A Amazon surgiu como líder deste negócio e pode vir um dia a ser mais conhecida pela sua plataforma na nuvem do que por seu website de varejo. Ela, de forma pioneira, descobriu que poderia vender sua infraestrutura na nuvem como uma plataforma (conhecida como Platform-as-a-Service), explorando novos modelos de uso e pagamento. Mais da metade dos recursos de computação da Amazon estão sendo consumidos por outras companhias, que rodam seus aplicativos nos centros de dados da verejista (TAURION, 2009).
Aliás, mesmo sem conhecer o assunto, o próprio usuário doméstico ao utilizar-se o Gmail ou armazenar fotos da família no Flickr já utiliza-se a computação nas nuvens. No laptop profissional por razões de segurança e aspectos contratuais, utiliza-se apenas softwares autorizados pela empresa. Mas no âmbito doméstico, os documentos do desktop podem estar nas nuvens. Em suma, utiliza-se esses softwares nas nuvens pela praticidade e conveniência, pois pode-se ter acesso a emails, fotos, arquivos e apresentações em qualquer lugar, de qualquer computador.
Com o passar dos anos, o uso da Computação em Nuvens deve aumentar significativamente. Além da tecnologia estar disponível (proliferação de conexões banda larga, processadores mais baratos e cada vez mais poderosos e custo de armazenamento significativamente menores) permitindo a criação de data centers massivos, alguma pesquisas têm mostrado que os usuário de 18-29 anos utilizam com muito mais intensidade estes serviços que as pessoas na faixa dos 45-50 anos. A geraçãu Y que está começando a despontar no cenário do mercado de consumo e de trabalho irá acelerar mais ainda sua utilização.
Soma-se a isso também, a pressão por mais eficiência na infraestrutura de computação. A cada dia são gerados no mundo inteiro novos 15 petabytes de informações. Os custos de energia elétrica aumentaram pelo menos oito vezes de 1996 até hoje, além da provisão de que em 2011 um terço da população mundial estará na internet , tornando os modelos atuais de gestão em infraestrutura inadequados (ALBERTIN e SANCHES, 2008).
Depois de uma era tecnológia caracterizada pela ascensão do computador pessoal, percebe-se o ressurgimento da centralização. O último quarto de século foi caracterizado pela descentralização, com o processamento e armazenamento da informação dispersos em cada computador de mesa ou laptop. Embora os custos de aquisição destas máquinas tenham reduzido consideravelmente, o custo para integrar e operar redes de milhares de computadores tounou-se um grande e caro pesadelo para as empresas. A era que se aproxima deverá trazer uma maior consolidação do poder de computação, integrados em uma rede massiva de servidores, a computação em nuvens, além da consolidação do processo de outsourcing (ALBERTIN e SANCHES, 2008).
Alguns estudos têm demonstrado que empresas de pequeno e médio porte gastam 70% do seu tempo gerenciando os recursos de TI (algo que não gera valor agregado ao negócio) e apenas 30% em atividades estratégicas, focadas no negócio. Com o modelo de computação em nuvens, o primeiro benefício é a melhor utilização dos recursos computacionais, potencializando os conceitos de consolidação e virtualização. A empresa vai poder se abstrair de uma camada de complexidade demandada pela infraestrutura computacional e se concentrar na geração de valor a nível mais alto. Em vez de ficar 70% do tempo gerenciando a infraestrutura, investe este tempo e energia para otimizar ou expandir o negócio. A infraestrutura passará a dispor de uma elasticidade que permitirá a organização aumentar ou diminuir seu "parque computacional virtual" de acordo com a demanda de recursos. É a realidade da computação sob demanda.
Como resultado, uma empresa de comércio eletrônico, por exemplo, que vende seus produtos pela internet precisaria dispor de um parque computacional configurado para atender aos períodos de pico de venda, como Natal e Dia da Mães. No restante do ano, grande parte desta capacidade computacional ficaria subutilizada. Com a computação em nuvens esta empresa não precisa ter esse parque de computadores instalado em seus escritórios. Ela adquire a quantidade de capacidade necessária e apenas paga por este uso. Não paga pela capacidade instalada ou ociosa, como faria nos modelos anteriores. Isso significa que ela pode comprar capacidade de processamento por uso. Assim, em períodos de maior demanda, como em época de pico de vendas ou no fechamento da folha de pagamento, aumenta a capacidade. Nos períodos de menos uso, dispensa esta capacidade e não paga pelo que não usa (ALBERTIN e SANCHES, 2008).
Por sua vez, o provedor da nuvem pode obter bons resultados comerciais, pois realoca dinamicamente a capacidade disponível para quem está precisando naquele momento. Como a empresa não paga por recursos desnecessários e nem tem gastos com os espaços físicos e de infraestrutura do data center, como energia e refrigeração, ela tem gastos menores com sua operação de TI e pode repassar essa eficiência operacional aos clientes, tornando-se mais competitiva no mercado.
Portanto, não estar-se diante de mais uma onda de marketing, mas sim de uma revolução tecnológica, que pode mudar significativamente a maneira como utiliza-se os recursos computacionais. Abre-se uma nova perspectiva e certamente grandes mudanças nos paradigmas computacionais.
Apesar da tecnologia estar começando a ser implementada nas organizações, de um modo geral, já existem casos concretos e bem sucedidos de implementação em ambiente empresarial. Na maioria das vezes, associa-se computação nas nuvens as iniciativas do Google e da Amazon devido ao uso de seus massivos data centers. Mas, existem diversos outros casos de adoção deste conceito.
A mudança para o paradigma da computação em nuvens não vai ocorrer da noite para o dia. As empresas geralmente são cautelosas quanto à maneira como lidam com seus ativos de informação e não experimentam facilmente novos sistemas de TI. As preocupações com a segurança e confiabilidade ainda vão agir como barreiras de entrada durante alguns anos (ALBERTIN e SANCHES, 2008).
No entanto, a velocidade de adoção da Computação em Nuvens vai depender da maneira como as companhias usarão os novos recursos e atenderão às crescentes expectativas dos seus clientes. Isto significa que toda as coisas que o Google e Amazon fazem tão bem também devem ser feitas por grandes empresas em seus data centers. Para poder ter escala para prestar grandes volumes de serviços, data centers deverão investir em uma abordagem industrializadas, simbolizada pela nuvem. Alguns estudos mostram que data centers deverão suportar um crescimento de dez a cem vezes os números de aplicações e serviços nos próximos dez anos.
O fato é que as infraestruturas computacionais atuais ainda são subutilizadas. Na maioria das organizações apenas uma pequena parcela de potência dos computadores é utilizada realmente, de 5% a 10% da capacidade de processamento disponivel.
A Computação em Nuvem apareceu como uma alternativa, pois aloca recursos computacionais à medida que eles são demandados. Se houver maior demanda de transações, mais recursos são alocados. Se a demanda diminuir, esses recursos são liberados para outra aplicação.
Este novo modelo ou conceito de computação como "utility" é uma idéia simples, mas ao mesmo tempo fantástica. Utilizando uma metáfora, seria similar às redes de energia elétricas, onde a complexidade da geração, transmissão e distribuição de energia é abstraida do usuário que simplemente aperta o interruptor para iluminar sua sala ou ligar um aparelho de eletrodoméstico na tomada, sem ter idéia de onde a energia foi gerada e que caminho ela percorreu para chegar até ele. Um dos principais pilares da computação com "utility" é exatamente esse conceito da Computação nas Nuvens (ALBERTIN e SANCHES, 2008).
Assim, inovar é necessários, pois o mundo empresarial hoje é turbulento e imprevisivel por natureza. Aumento da concorrência, excesso de capacidade produtiva, margens reduzidas, clientes mais exigentes e melhor conhecedores de seus direitos, pressão por redução de preços, desregulamentação de segmentos industriais antes protegidos, ciclo de vida de produtos cada vez menores, clientes com mais opções de escolha e menos propensos à fidelidade são apenas alguns sintomas das grandes mudança. E para sobreviver em um mundo em constante mutação (vejam as crises econômicas que surgem de um dia para o outro) as empresas precisam fazer constantes mudanças organizacionais, transformando continuamente suas ofertas de serviços e produtos, seus processos e mesmo seus modelos de negócio.
As empresas de sucesso no século XXI precisam e devem se otimizar continuamente, navegando em um ambiente de constantes mudanças. Sendo empresas sem limites físicos, virtualmente integradas com seus fornecedores, clientes e parceiros de negócios. Para isso é necessário serem flexiveis, adaptativas e fluidas para reagirem, ou melhor, se anteciparem às freqüentes mudanças de cenário. Alguns setores de negócios já estão nesse estágio de hipercompetição, ou seja, competição intensa, onde as vantagens competitivas são difíceis se não possuirem inovações tecnológicas rápidas e articuladoras no setor. Nestes setores o sucesso empresarial é daqueles que conseguirem mover-se mais rapidamente, pois as decisões referentes a infraestrutura tecnológicas não são mais meras questões técnicas, ou seja, elas podem ser a razão do sucesso ou insucesso empresarial (ALBERTIN e SANCHES, 2008).
Aliado a isso, os gestores de tecnologia enfrentam grandes desafios: de um lado mudança rápidas na própria tecnologia, e do outro pressão empresarial cada vez mais intensa, exigindo decisões ágeis e de alto impacto no resultado do negócio. Onde a infraestrutura de tecnologia tem papel fundamental, ou seja, representa a capacidade ou aptidão de uma organização em prover recursos adequados às suas necessidades empresariais, tendo a infraestrutura computacional tanto valor quanto os sistemas aplicativos. E sem os recursos adequados, as informações não chegam ao lugar certo, nem na hora adequada.
Mesmo sem perceber, a infraestrutura computacional hoje pode ser considerada como as usinas e os sistemas de transmissão e distribuição de energia. Sem energia, as aplicações, ou os aparelhos de televisão, micro-ondas e outros eletrodomésticos não funcionam. Não se pode pensar que o negócio simplesmente depende de tecnologia. Hoje os negócios estão verdadeiramente embutidos nas tecnologias e eles podem mudar tão rápido quanto as tecnologias inseridas neles.
Nesse contexto, necessita-se de uma infraestrutura que permita que o negócio seja tão flexível quanto à demanda do mercado. A computação nas nuvens é uma excelente alternativa para se criar um data center virtual, usando-se milhares de servidores, internos e/ou externos à organização, interligados pela internet e redes de banda larga, a um custo de propriedade bem menor principalemnte considerando-se a utilização da capacidade ociosa, ja adquirida. Mas como todo novo conceito, ainda existe muito desconhecimento, desinformação e até mesmo mitos são criados em torno do assunto (ALBERTIN e SANCHES, 2008).
Alguns estudiosos temem que ao ingressar tanta informação valiosa na rede, não se possa garantir a privacidade dos dados. Enquanto outros vêem muitas oportunidades de crescimento. Para solucionar esse impasse, especialistas recomendam que as organizações entendam os benefícios e riscos da nuvem para assim buscar o melhor modo de utilização deste novo modelo. Nela existem dois tipos de riscos. Uma é a falta de certeza ao acessar sua informação logo após a migração. O outro risco é que as informações e, por vezes, os aplicativos que se precisa para fazer uso do mesmo, podem estar disponíveis apenas quando se estiver conectado à Internet, bem como se o serviço está instalado e funcionando. Em geral, os serviços da Web que permitem o acesso aos dados a partir de qualquer computador são mais arriscados do que sistemas mais restritivos. Mas, a segurança dos dados armazenados na nuvem varia tanto com o design do sistema, quanto em como as medidas de segurança são implementadas (WANG, 2009).
Alguns serviços criptografam informações, tanto no trânsito quanto no armazenamento de tal forma que só o proprietário pode descriptografá-lo. Estes serviços são geralmente os mais seguros, quer contra a divulgação acidental ou contra softwares maliciosos. As práticas de segurança são geralmente descritos nas políticas de privacidade, mas na prática é difícil avaliar a segurança. Colocar os dados na nuvem envolve escolher conveniência e produtividade com o um risco de segurança administrável (WANG, 2009).
Na visão de (WANG, 2009) especialista da FORRESTER, as conseqüências e os custos potenciais de erros são altos, para as empresas que geram dados confidenciais e clientes privados. Assim, os profissionais de segurança em TI devem desenvolver melhores formas de avaliar, encontrando maneiras de garantir e otimizar investimentos, como também melhores práticas de segurança e privacidade ao pensar em serviços nas nuvens. Fazer a nuvem de serviço funcionar com a segurança semelhante ao departamento TI (com privacidade, gerenciamento de identidade, operações seguras e consonância com aspectos legais) é garantir uma estratégia eficaz e um grande desafio atualmente. Embora seja inegável que esta tendência irá transformar a maneira como as empresas operam e oferecem seus serviços de TI.
4.DATACENTERS E A COMPUTAÇÃO NAS NUVENS
Com a crescente competição, a informação tornou-se o insumo de grande valor e em constante crescimento. E as razões apontadas são: crescimento do uso da Internet, disponibilidade de banda larga, conversão da informação analógica em formato digital, queda nos preços e aumento de desempenho de diversos dispositivos digitais, além da redução nos preços das unidades de armazenamento e crescimento do desempenho dos processadores. Nesse contexto, surge a figura do Data Center como elemento central de processamento e armazenamento de dados e informações. Visto que, com o aumento da dependência da informação e das infra-estruturas de TI, algumas organizações já entendem a importância dessas estruturas e a necessidade de estratégias claras de investimento nessa área.
Atualmente alguns fatores guiam a adesão aos novos projetos de Data Centers: aumento na demanda computacional, na densidade dos equipamentos de TI, nos custos de energia, como foi observado acima, falta de capital para reinvestir e atender a tempo as novas demandas.
A idéia é que as máquinas virtuais possam rodar em qualquer parte da nuvem, buscando a otimização dos ambientes como respeito ao uso de recursos. Isso reforçou a idéia de entregar a aplicação e a infraestrutura para terceiros, para processamento e armazenamento dos dados. O que alavancou também a consolidação cada vez maior do outsourcing ou terceirização da TI nas empresas a fim de construir a melhoria do nível de serviço, reduzindo os curtos de TCO (custo total da posse) a um risco operacional mais baixo. Além do aumento no grau de flexibilidade, utilização de recursos especializados em áreas específicas, acesso as melhores práticas da indústria, redução de bens de capital, compartilhamento de riscos e até gestão de recursos financeiros com a venda de parte de ativos de TI, capaz de atender as demandas de mercado e do negócio cada vez mais crescente. Um aspecto crítico ainda é a segurança na mão de terceiros, mas esse fator pode ser minimizado, como já foi citado, através de contratos bem formulados (VERAS, 2009).
5 – CLOUD COMPUTING E OUTSOURCING
Aliado ao crescimento dos Data Center e computação nas nuvens, o Outsourcing tornou-se uma nova realidade mundial. A terceirização do setor de TI deixou de ser apenas uma forma de reduzir custos, para se tornar uma ferramenta que visa à melhoria dos processos da empresa, buscando tornar a corporação mais ágil e eficaz.
Atualmente ela significa mais do que simplesmente cortar custos. Ela visa agregar valor aos negócios da organização. Para a alta administração a terceirização é uma estratégia- chave que permite:
•Responder à rápida internacionalização dos negócios e a mudança de regras;
•Aumentar o retorno sobre os investimentos;
•Manter-se atualizado diante da rápida evolução tecnológica;
•Criar diferenciação diante dos competidores; e
•Responder a crescente falta por profissionais qualificados na área de TI
Assim, no mundo inteiro, as organizações estão se concentrando no que sabem fazer de melhor, deixando a área de TI sob responsabilidade de empresas especializadas. Mas para a organização obter todas as vantagens do Outsourcing, é necessário escolher um parceiro de confiança (MANSUR, 2009).
Tecnologia e informação estão cada vez mais gerando valores para os negócios das empresas. Muitas delas ainda precisam de tempo e recursos para gerenciar ambientes complexos e manterem-se atualizados em termos tecnológicos para atender as novas demandas. Se no passado a aquisição de novas tecnologias era fundamental para garantir o seu desenvolvimento, hoje esse é um fator que limita a sua evolução. Durante a última década, o outsourcing vem ganhando espaços importantes dentro das empresas de diversos segmentos. Empresas como bancos, indústrias e redes de varejos estão deixando seus sistemas e comunicações corporativas sob a responsabilidade de especialistas com o objetivo de ganhar competitividade, diminuir custos e manter significativamente as atenções em áreas estratégicas do negócio.
No caso do Brasil, a curva recessiva da economia brasileira iniciada em 2001, e que vem persistindo ao longo dos anos, fez com que as empresas permanecessem extremamente cautelosas em dar andamento a seus investimentos. No que diz respeito a tecnologia, não ficaram restritos apenas àqueles considerados críticos ou aos que, comprovadamente, trouxessem retornos rápidos e redução de custos (MANSUR, 2009)..
Dentro desse contexto, as soluções de outsourcing estão aparecendo no topo das prioridades de boa parte das empresas. Isso, na medida que garantem significativos ganhos operacionais no gerenciamento do ambiente de TI e telecom através da otimização de recursos, com conseqüente redução de custos.
Com todo esse crescimento, quem tem lucrado também são os grandes especialistas, os grandes centros de excelência em prestação de serviço em classe mundial, graças ao profissionalismo, treinamento e agilidade nos processos de negócios.
Com todo esse movimento, o outsourcing começa a ganhar novos ares, e passa a ter uma posição fundamental dentro do planejamento estratégico das empresas. Cria-se então uma nova nomenclatura para a terceirização, o BPO (Business Process Outsourcing), ou seja, terceirização de processos de negócios que envolve a terceirização dos setores de apoio ao catálogo de serviços da empresa. Essas atividades caracterizam em dar suporte a áreas como finanças e contabilidade, recursos humanos, compras, logística, além de outras funções que não são consideradas essenciais ao negócio. Com isso, essas atividades são tiradas das mãos das empresas, e destinadas a centros dedicados de serviços, cada um com a sua especialidade (MANSUR, 2009).
O Outsourcing tem se transformado então, numa "ferramenta estratégica" utilizada para gerar valor, transformar o negócio e, modificar a dinâmica de toda indústria. Saber integrar o outsourcing como estratégia empresarial, passa a ser a adoção de uma ferramenta altamente eficaz e eficiente, desde que esta esteja de acordo com a visão e a missão da empresa. Utilizar o Outsourcing simplesmente como ferramenta de redução dos custos pode até ser uma boa idéia, mas apesar ser uma tendência, as empresas precisam saber avaliar e entender os resultados gerados pela sua adoção (MANSUR, 2009).
O Cloud computing trouxe todos os atributos e potenciais para suportar um ambiente com infra-estrutura global de outsourcing de menores custos, a partir da eliminação de hardware legados e promoção de uma escalabilidade melhor para fornecer recursos de computação as empresas, de forma a atender à demanda de um mercado global imprevisível. Ele tem uma lógica de mercado emergente que oferece oportunidades para o crescimento dos negócios em meio a essas tempestades econômicas (MANSUR, 2009).
Essas transformações já ocorrem e nortearão a terceirização de TI nos próximos anos. Portanto, esteja pronto para utilizar o outsourcing com o objetivo de dar um salto qualitativo em seus investimentos em TI, eficiência operacional e qualidade.
5.CONSIDERAÇÕES FINAIS
A tendência em adotar contratos de serviço de outsourcing de TI tem aumentado globalmente como uma das alternativas de esforços das organizações em se manterem mais competitivas nos mercados em que atuam, porém, ao longo de sua vigência, notam-se diferentes resultados que podem variar desde efetivos casos de sucesso até verdadeiros fracassos. Mesmo assim, o advento do outsourcing de TI é hoje uma das práticas de gestão mais empregada nos diferentes segmentos de mercado e todas as evidências indicam que ganhará muito mais adesão nos próximos anos, principalmente devido a fatores como, por exemplo, a crescente demanda por bons profissionais de TI nas organizações, ou ainda a crescente pressão exercida sobre as áreas corporativas de TI em função de maior produtividade, agilidade, qualidade aliado ao menos custo.
É preciso ter plena consciência de que o outsorcing não é uma solução única e definitiva para todos os desafios enfrentados frequentemente pelas áreas corporativas e de TI, mas, se aplicado devidamente, poderá viabilizar possibilidades de se atingir resultados excepcionais, em geral traduzidos em redução de custos ou melhoria da capacidade de gestão da organização.
Por outro lado, se aplicado sem qualquer critério, poderá comprometer os níveis de serviços praticados nas organizações, assim como causar aumentos significativos nos custos e ainda gerar maior complexidade em toda gestão de TI.
Havendo a adesão a algum tipo de serviço de outsourcing de TI, este deve estar alinhado e consistente com a estratégia de negócio da organização, deixando-se claramente mapeadas e destacadas as limitações do acordo, de maneira a garantir as principais expectativas daquilo que é passivel de ser realizado.
6.REFERÊNCIAS
ALBERTAIN, Alberto Luiz. SANCHES, Otávio Próspero. Outsourcing em TI: Impactos, dilemas, discussões e casos reais. FGV, 2008.
MANSUR, Ricardo. Governança avançada de TI. 2009. Editora BRASPORT.
TAURION, Cezar. Cloud Computing: Computação nas nuvens – Transformando o mundo da tecnologia da informação. BRASPORT. 2009.
VERAS, Manoel. Datacenter: Componente Central da Infraestrutura de TI. BRASPORT. 2009.
WANG, CHENXI. How secury in your cloud? Site pesquisado:

*Autor: Edilson Melo de Barros, coordenador de TI do Colégio CEI, de Natal – RN O autor (edilson.melo@gmail.com) tem MBA – GTI – Gestão da Tecnologia da Informação – UFRN. Orientação da profa. dra. Anatália Martins Saraiva – anatalia_ufrn@yahoo.com.br

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