Dando continuidade à série de posts sobre a Internet das Coisas, a seguir analisaremos a utilização deste conjunto de tecnologias em projetos de cidades e lares inteligentes, duas tendências que se concretizarão ao longo dos próximos anos proporcionando uma série de facilidades no dia a dia de uma grande quantidade de pessoas mundialmente.
Smart Cities
A IoT será decisiva para o desenvolvimento de cidades inteligentes, ou Smart Cities. Tecnologias como redes de sensores, câmeras, monitores, alto-falantes, Smart Grids (tema do próximo post desta série), capturarão informações que serão utilizadas por centrais municipais de operações responsáveis pela gestão dos serviços e infraestrutura das cidades. As aplicações serão inúmeras, por exemplo, sensores acoplados a veículos ou integrados a smartphones poderão transmitir informações sobre o tráfego como condições das pistas, engarrafamentos, entre outras, com maior precisão do que sensores fixos. Tais informações poderão ser propagadas através da comunicação V2V (veículo para veículo) e/ou V2I (veículo para infraestrutura), nesse caso, transmitidas para os centros de operações, por exemplo. Sistemas inteligentes de estacionamentos poderão guiar condutores para vagas disponíveis de acordo com suas localizações e/ou preferencias pessoais (por exemplo, estacionamentos públicos, locais monitorados com câmeras ou com facilidades para acessibilidade), resultando em economia de tempo e combustível. Esses sensores poderão auxiliar as prefeituras no controle sobre veículos estacionados em locais proibidos.
Outras aplicações para cidades favorecerão o turismo e entretenimento. Dispositivos inteligentes acoplados a monumentos e outras atrações turísticas poderão transmitir automaticamente informações para smartphones ou câmeras fotográficas que serão adicionadas aos arquivos de fotos, incluindo o histórico do local, data, hora, dicas sobre outras atrações disponíveis, locais próximos para alimentação, dentre outras.
Na gestão pública de cidades, as tecnologias de IoT podem auxiliar em um grande número de aspectos, desde o monitoramento via câmeras em diversas áreas, até o controle por parte da polícia da segurança de eventos esportivos, shows, comícios políticos, dentre outros. A segurança de edifícios e bancos poderá ser reforçada através do uso de sensores que dispararão alarmes e avisos para empresas de segurança automaticamente. Ao mesmo tempo, bombeiros poderão ter suas atividades otimizadas com a utilização de tecnologias de IoT acopladas às suas vestimentas, com sensores que alertam sobre a temperatura do corpo, batimento cardíaco, emitindo alertas para profissionais de saúde ou colegas de trabalho.
Smart Homes/Buildings
Crescentemente casas e apartamentos serão equipados com uma série de devices inteligentes e sensores como smartphones, laptops, PCs, TV, alto-falantes, appliances diversos, câmeras de monitoramento, janelas automáticas, termostatos e medidores. A integração desses equipamentos com tecnologias de comunicação dentro das próprias residências e condomínios abre espaço para o desenvolvimento de uma série de aplicações e sistemas de automação residencial, controlados em sua maioria através da Web.
Algumas aplicações apresentam funcionalidades mais simples de IoT para endereçar aspectos como segurança (vídeos de vigilância, detecção de intrusão, sistemas de alarmes, gestão de acessos), manutenção e gestão de ativos, automação de serviços (irrigação de jardins, iluminação, etc.) e entretenimento (distribuição e gestão de multimídia dentro das residências, por exemplo). Em um futuro próximo, outras aplicações serão integradas com estruturas maiores de Smart Grids e terão objetivos como otimização do consumo. Por exemplo, as redes residenciais interagirão com medidores inteligentes buscando reduzir custos ao mesmo tempo mantendo suas demandas devidamente atendidas. Esse aspecto se tornará realidade através de serviços de agendamento das atividades dos equipamentos domésticos (como lavadoras de roupa ou máquinas de lavar louças) de forma dinâmica e inteligente, evitando períodos de alta demanda e picos de consumo de energia. Esses equipamentos serão gerenciados através de smartphones e terão seus dados de consumo e operação registrados e disponíveis para análises pelos usuários. Os sistemas poderão identificar aspectos como a hora em que as pessoas chegam em casa destravando automaticamente portas, desativando alarmes, acendendo as luzes, etc.
No próximo post desta série abordaremos o tema dos Smart Grids juntamente com as aplicações da Internet das Coisas na área de saúde.
Bruno Rossi, diretor de consultoria da ASM.