Os quase três trimestres de Mark Hurd no comando da HP ainda não foram suficientes para mostrar os resultados da reestruturação levada a cabo por ele desde que assumiu o posto no lugar de Carly Fiorina em março deste ano. O executivo, que promoveu um forte plano de redução de custos para o fortalecimento da competitividade da empresa no mercado mundial, encerra o quarto trimestre do ano fiscal de 2005 com uma queda de 62% no lucro da empresa, conforme os resultados financeiros divulgados na quinta-feira (17/11) nos EUA.
De acordo com o balanço, o lucro líquido da HP no período foi de US$ 400 milhões contra US$ 1,1 bilhão registrado no mesmo trimestre do ano fiscal anterior. Apesar dessa forte queda, a companhia, por outro lado, obteve um crescimento nas receitas. O faturamento passou de US$ 21,4 bilhões em 2004 para US$ 22,9 bilhões em 2005, um aumento de 7%, de acordo com os princípios contábeis geralmente aceitos nos EUA (US GAAP).
"A HP apresentou outro bom desempenho trimestral, com crescimento equilibrado da receita, boa disciplina de custos, melhores margens nas principais unidades de negócio e forte fluxo de caixa", declarou o CEO Mark Hurd em comunicado no site da empresa. "Estamos satisfeitos com nosso progresso até agora, mas ainda há muito mais a ser feito."
O lucro foi afetado, entre outros fatores, pelo gasto de US$ 1,1 bilhão da HP com seu programa de reestruturação, colocado em prática por Hurd a partir de julho. Pelos princípios não-GAAP, que excluem esses itens, o lucro teria sido de US$ 1,5 bilhão.
Durante o trimestre, com base em ano sobre ano, as receitas nas Américas cresceram 5%, atingindo US$ 10 bilhões. Europa, Oriente Médio e África aumentaram o faturamento em 8%, atingindo US$ 9,1 bilhões de dólares, enquanto a região Ásia-Pacífico elevou as vendas em 12%, a 3,8 bilhões de dólares.
O grupo de sistemas pessoais (PSG, na sigla em inglês) registrou um aumento 9% em suas receitas no ano, atingindo US$ 7,1 bilhões. Na divisão por equipamentos, as vendas de desktops cresceram 1%, enquanto as de notebooks subiram 23%. Já a divisão de impressão e imagem alcançou receitas de US$ 6,8 bilhões, um aumento de 4% no ano. Por outro lado, as receitas com hardware ao consumidor final caíram 4%, fazendo com que o lucro operacional da unidade ficasse em US$ 896 milhões, ou 13,2% da receita.
A balanço mostra também que as receitas da área de armazenamento e servidores aumentaram 10%, totalizando US$ 4,5 bilhões. O mesmo ocorrendo com a divisão de serviços, cujo crescimento foi de 6%, perfazendo US$ 3,9 bilhões.
A área de software da HP faturou US$ 311 milhões, alta de 11% no ano, com as receitas procedentes do HP OpenView e do HP OpenCall crescendo 16% e 3% respectivamente.
As receitas do ano fiscal de 2005, encerrado em 31 de outubro, totalizaram US$ 86,7 bilhões, sendo que os ganhos por ação no primeiro trimestre fiscal de 2006 devem permanecer entre US$ 0,46 e US$ 0,48, sob bases não-GAAP.