A Unisys, fornecedora global de serviços e soluções de TI, divulgou nesta segunda-feira (19/12) as suas projeções e análises para o mercado mundial de outsourcing. A empresa avalia que a popularidade dos serviços de outsourcing continuará crescendo em 2006, evidenciando seus reais benefícios e suas opções de implementação, afirmam os especialistas da Unisys.
Dentre as previsões listadas pela companhia estão o declínio do SLA (acordo de níveis de serviço) como padrão de avaliação de sucesso da terceirização; a influência das métricas, que apontam a contribuição do outsourcing para os negócios, no aumento do sourcing global; a adoção de modelos de sourcing complexos, que levará a necessidade de gestão especializada; o impulso da abordagem planejada para a terceirização de aplicativos e o aumento de meios eletrônicos de pagamentos, em detrimento do uso de cheques, o que estimulará a terceirização dessas atividades e o processamento offshore.
?Nos últimos anos, as discussões sobre outsourcing levaram a formulação de uma idéia equivocada: a visão geral é que terceirizar é apenas uma maneira de atender à demanda por serviços de TI com menores custos. Na verdade, a discussão deveria centrar-se nas vantagens competitivas que a terceirização proporciona?, explica Deborah Guerra, vice-presidente de serviços de infra-estrutura e outsourcing da Unisys.
Em 2006, segundo ela, as empresas perceberão que a terceirização não é apenas uma decisão sobre onde e como executar os serviços. Elas compreenderão a visão de negócios por trás da implementação: delegação de tarefas a um parceiro especializado que agregue valor aos seus negócios. ?Dessa forma, os benefícios da solução ficarão evidentes: visibilidade para reforçar a segurança de suas operações; melhoria na qualidade dos serviços e no gerenciamento de riscos; aumento do desempenho operacional com custos reduzidos e maximização dos investimentos em TI?, completa Deborah.
Para justificar a importância dos investimentos em terceirização de infra-estrutura de TI e de processos de negócios, as companhias necessitam de um meio consistente para avaliar os resultados dessa aplicação. Para isso, segundo Deborah, o SLA ? padrão tradicional ? tornou-se inadequado, já que não mostra até que ponto o fornecedor afeta ou supre as necessidades de negócio do cliente. ?A chave para encontrar métricas eficazes é compreender a ligação existente entre determinados processos críticos e elementos da infra-estrutura de TI. Feito isso, pode-se identificar quais os ganhos proporcionados aos processos através da gestão do ambiente de TI. Cabe à empresa e seus provedores definirem o mecanismo de medição mais adequado para monitorar o desempenho dessas atividades."
Na análise da Unisys, para aproveitar a combinação da força de trabalho qualificada com custos reduzidos, as empresas continuarão a terceirizar tarefas de apoio importantes. Cada vez mais o fator crucial para o sourcing global será o valor de negócios e não apenas a redução de custos. ?Uma empresa pode delegar o suporte de TI a fornecedores em outros países para reduzir seus custos com mão-de-obra, mas se seus funcionários gastarem mais tempo ao telefone com a equipe de suporte devido às barreiras tecnológicas ou de linguagem, essa terceirização não terá trazido vantagem alguma?, afirma a Deborah. ?O sourcing global deve ter o respaldo de sólidas estimativas de custos e receitas futuras, baseadas em parâmetros significativos de avaliação?, completa.
Devido aos altos custos para manutenção de pessoal e de infra-estrutura, a tendência é que as organizações adotem estratégias de multisourcing ? uso simultâneo de recursos internos e externos ?, aponta a Unisys. O modelo a ser adotado, segundo a empresa, é que enquanto a empresa mantém internamente o controle estratégico, os fornecedores gerenciam a infra-estrutura de TI, os processos de RH, as atividades de aquisição e logística e assim por diante. ?Quanto maior o número de parceiros e a complexidade do modelo de sourcing, maiores os custos e riscos associados. A presença de um parceiro altamente qualificado se faz necessária para garantir que os serviços contratados sejam entregues e em acordo com os níveis pré-definidos?, diz Deborah.
Para maximizar o valor da terceirização de aplicativos, as empresas adotarão uma abordagem planejada: definir quais aplicativos são estratégicos e devem ser mantidos internamente, quais necessitam ser terceirizados e qual a melhor maneira de fazê-lo, avalia a Unisys. Caberá à empresa e ao fornecedor escolher a opção de terceirização mais adequada para cada caso, que pode ir desde o hosting tradicional em data centers até modelos variáveis do tipo pago por uso.
A empresa também avalia que o declínio do uso de cheques e a adoção de meios eletrônicos de pagamentos aumentarão os custos operacionais das instituições financeiras. Para obterem economia de escala e redução de custos, elas deverão unificar a terceirização de seus processos de pagamentos em modalidades utilitárias. A experiência em BPO de países como a Índia – por exemplo – deverá estimular o processamento offshore.