Mesmo depois de comprar sete empresas nos últimos dois anos, a Bematech, fornecedora de sistemas de automação comercial, ainda não se dá por satisfeita e adianta que pretende manter a estratégia de aquisições de companhias que possam ampliar sua presença no mercado de tecnologia. Com oito contratos de confidencialidade assinados, grande parte com empresas de software, o diretor-presidente da companhia, Marcel Malczewski, revela que as negociações estão mais adiantadas com duas empresas.
"Após as últimas aquisições, praticamente completamos nosso portifólio. Agora estamos mais seletivos nas aquisições e mirando alvos maiores", diz Malczewski. A Bematech não tem uma meta de aquisições, mas segundo o executivo, dispõe de dinheiro em caixa e ativos para fazer ao menos duas aquisições nos próximos doze meses.
O objetivo com essa estratégia, isso sim, é elevar as receitas externas, as quais já representam cerca de 6,5% do faturamento total. Por isso, o plano passa também pela compra de empresas no exterior. Tantto que, entre as empresas com contratos de intenção de compra assinados, uma delas é de fora do país.
Segundo Malczewski, a Bematech já sondou duas empresas para adquirir fora do Brasil. "Desistimos de uma por conta de valor e a outra continuamos interessados", diz ele, sem revelar o nome.
O executivo ressalta que o preço das companhias lá fora vem caindo mais do que no Brasil, devido ao impacto da crise financeira, fator que pode facilitar o processo de compra. "Se antes da crise já olhávamos algumas oportunidades de aquisição lá fora, agora, teremos mais atenção ainda, já que o valor dos ativos das empresas está menos valorizado", salienta.
A Bematech encerra 2008 com faturamento um pouco superior à expectativa inicial, que era crescer 25% e atingir receita de R$ 305 milhões. "Estamos com um crescimento superior à nossa projeção inicial. Tivemos um último trimestre positivo", afirma Malczewski.
A empresa já aprovou o orçamento para 2009, que usou como base um dólar médio de R$ 2,30. O fator câmbio, é outra aposta da Bematech para aumentar as exportações. "A receita que trazemos é maior. O câmbio provoca um impacto positivo nos nossos números e deve se intensificar no ano que vem. Assim, eu diria que a crise e o câmbio melhoraram nossa posição frente às exportações, ampliando nossas oportunidades."
Investimento em TI
Para suportar o crescimento e realizar a integração das informações das empresas adquiridas e das operações internacionais, a Bematech vai trocar o sistema de gestão (ERP) da BAAN pelo da Oracle. A substituição se deve, segundo Malczewski, ao fato de a empresa ter ampliado sua atuação, que antes era focada apenas em hardware, para atuar também com software e serviços, o que gerou a necessidade de uma atualização do ERP. Além disso, a Bematech também implementará ferramentas de CRM, as quais não estão atualmente disponíveis.
Sem revelar o valor do investimento, o executivo diz que a primeira fase de implantação começa no primeiro trimestre de 2009 e visa otimizar a área de serviços e aumentar o controle de preços e das vendas. A segunda parte, que busca integrar as empresas adquiridas à Bematech, será iniciada no terceiro trimestre de 2009.
Por fim, a terceira e última fase, passará a ser implantada a partir do primeiro trimestre de 2010 e tem como foco a integração de informações com as operações internacionais. "O novo ERP vai melhorar substancialmente nosso controle da informação, vai nos auxiliar muito no nosso crescimento e na redefinição do escopo de uma forma mais assertiva", conclui o executivo.
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