Empresa 2.0. Esse foi o tema de discussão principal do Enterprise Forum 2008, que aconteceu nesta quarta-feira (20/2), em Paris, promovido pela Alcatel-Lucent. O evento reuniu cerca de 8 mil profissionais, parceiros de negócios e funcionários de 41 países, e no qual os elementos e o conceito da convergência foram colocados como a base para a transformação dos negócios.
Em sua palestra de abertura do evento, Patricia Russo, CEO da companhia, disse que as empresas precisam transformar a forma de comunicação e mudar a atitude, pois hoje o mercado tem uma proliferação de informação que exige um gerenciamento diferenciado. "Apenas 20% das informações de uma empresa estão estruturadas, os outros 80% estão na cabeça das pessoas. A rede é o centro de gerenciamento do compartilhamento e da colaboração em tempo real", explicou.
Essa "empresa dinâmica" exige novas demandas para os CIOs, com novos estilos de gestão, servicos web 2.0 e mobilidade.
Segundo, Tom Burns, CEO do Enterprise Business Group da Alcatel-Lucent, os novos desafios serão atender as expectativas do negócio, gerenciar a complexidade e obter performance. Para isso, as empresas terão de manter relações fortes com empregados e clientes, ter uma comunicação simples e incentivar a produtividade. "A geração que nasceu depois de 1981 quer ficar superconectada; é uma nova geração de trabalhadores", completa.
O CFO da empresa, Hubert de Pesquidoux, surpreendeu a platéia ao não apresentar qualquer número. Ele falou sobre dez metas que a companhia pretende perseguir em 2008, após uma pesquisa realizada sobre o comportamento dos consumidores. "Vamos investir na empresa dinâmica, com wikis, blogs, instant messaging, podcasts e rede sociais?, afirmou. Além disso, a Alcatel-Lucent pretende focar em rede abertas, segurança, mobilidade, comunição unificada, novas aplicações, soluções de contact center (através da divisão Genesys) e geração de conhecimento. Para isso, conta com as inovações originadas no Bell Labs, que incorporou na fusão com a Lucent.
Patricia Russo também não revelou números. Disse apenas que a empresa cresceu 9% em 2007 e gerou 8% de margem operacional (no ano passado faturou 17,8 bilhões de euros) teve um crescimento expressivo na area de contact center, em serviços, venda de produtos enterprise para operadoras, segurança, virtualização e SOA. Como exemplo de contratos que a empresa pretende conquistar, ela mencionou o acordo fechado em outubro passado com os Correios italiano para atender 5 mil usuarios.
Brasil e América Latina
Dentre as estratégias anunciadas pela Alcatel Lucent, duas terão impacto imediato no Brasil e América Latina: a oferta de soluções para pequenas e medias empresas e roteadores para completar o portfólio de produtos de rede, que agora conta com uma alternativa de acesso.
Victor J. Agnellini, presidente para o Caribe e América Latina da empresa, disse que a região teve um ótimo desempenho em 2007, apesar de não revelar números. A Alcatel-Lucent como grupo teve seu melhor ano em vendas de equipamentos IP, superando a cifra de 1 bilhão de euros. "Nesse segmento, na América Latina, crescemos mais de 50% em 2007?, acrescenta, sem arriscar previsões para este ano.
Em abril será lancada a plataforma de contact center BiCS-Business Integration Communication Service, com o objetivo de atender pequenas e médias empresas, pois pouca complexidade na instalação e operação. O cliente poderá, por meio da web, contratar e incrementar o número de usuários, caso tenha necessidade. A expansão é feita sem qualquer complicação e de forma automática.
A solução, com aplicativos da Genesys, por exemplo, também estará disponível no modelo ASP (application service provider) para clientes ou prestadores de serviços, e mesmo em "pay per user". "Somos bastante flexíveis na oferta, pois dessa forma o cliente não precisa fazer investimento inicial?, explica Agnellini.
Segundo ele, o BiCs também sera comercializado pelos parceiros, uma alternativa para que tenham incremento de receitas com a integração, manutenção e serviços. Como foco de mercado, a Alcatel-Lucent elegeu prioritariamente os de petróleo e gás, finanças, administração municipal e serviços.
Os novos roteadores da Alcatel-Lucent chegam ao mercado brasileiro em dois modelos: OmniAcess 740 e 780, com 40 e 80 portas, respectivamente.
O modelo menor, com 10 portas, chega ao mercado no fim do ano. É uma nova geração de roteadores, que incorpora funções típicas de gateways, com vários módulos que em caso de falha garantem que o equipamento continue funcionando. Ela confia no mercado de operadoras, que podem oferecer o equipamento de forma indireta.
O jornalista viajou a convite da empresa.