A promessa contida nos conceitos Big Data e Analytics parece bastante simples. Coletar o máximo de dados díspares e não estruturados, a partir do maior número de fontes possíveis, e analisá-los com o objetivo de descobrir novos padrões, apoiar decisões de negócios e desencadear inovações. Se é assim, por que então há tão poucas organizações verdadeiramente se beneficiando dos avanços em Business Intelligence (BI) e Analytics?
A resposta, de acordo com pesquisas recentes, não está no data center, mas sim no aspecto cultural corporativo.
O esforço deve começar no topo da organização, de acordo com o Ciclo Virtuoso de Dados, um levantamento com 362 líderes de negócios realizado no ano passado pela Economist Intelligence Unit (EUI) e Teradata. Uma visão forte e dinâmica são vitais para a criação de uma cultura que envolva dados e fatos como a principal base para a tomada de decisão.
"Não existe substituto para um líder corporativo que tenha encontrado a sua religião nos dados e análises", disse Russell Glass, Diretor de Marketing de Produtos do LinkedIn, durante um webcast detalhando as conclusões do estudo. É fundamental para os líderes de nível C estarem abertos à possibilidade de erro e comprometidos com a descoberta da verdade por meio dos dados. Isso se eles pretendem construir um negócio fundamentado em dados que os levará a superar a concorrência, acrescentou Glass.
Mas o desafio do Big Data não termina na sala de reuniões. A maioria das organizações com desempenho acima da média e que estimulam a análise de dados entende que os funcionários também precisam estar envolvidos neste esforço. Tornar os dados universalmente disponíveis, associá-los aos objetivos de negócios do dia a dia e investir em treinamento de funcionários, são aspectos necessários para se construir uma cultura equilibrada, altamente funcional e impulsionada pelos dados, dizem os pesquisadores.
"Uma excelente divulgação, treinamento e acompanhamento do programa é realmente imperativo", disse David Trimm, CIO da gigante de aluguel de carros Hertz, durante a sessão. "Você tem que estar sempre atento, reforçando, lembrando e reciclando a mensagem continuamente".
"Sintonia no topo da corporação, seguida de uma excelente execução, são provavelmente os fatores-chave para o sucesso", acrescentou Trimm.
Então, como as empresas globais estão se saindo em suas aspirações de Big Data? Não muito bem, revela o estudo. Apenas um quarto (25%) dos executivos diz que os funcionários de suas empresas são capazes de extrair facilmente informações relevantes a partir dos dados que são capturados e postos à sua disposição.
O EUI sugere três etapas para a construção de uma cultura corporativa fundamentada em dados, que podem ajudar qualquer organização a aproveitar melhor as informações disponíveis e a usar a tecnologia de análises para melhorar o desempenho geral da empresa:
Construir uma base de tecnologia
Com os dados que entram em uma organização provenientes de uma variedade de fontes, tais como transações de clientes, fluxos de sensores e interações de mídias sociais, o primeiro passo é implantar as ferramentas necessárias para coletar, processar e visualizar as informações de maneira útil e efetiva. Para isto, são necessários repositórios de armazenamento de dados alta capacidade, bancos de dados modernos e aplicações de Big Data especializadas que podem ser utilizadas ??para encontrar padrões e dar sentido à torrente de dados.
Atrair o talento certo
Nem os melhores repositórios de armazenamento e bancos de dados relacionais do mercado podem substituir as habilidades necessárias para a manipulação e o entendimento das informações. As organizações precisam de membros qualificados em reimaginar os usos da informação e no desenvolvimento de abordagens científicas para analisar os dados. Empregar cientistas de dados e analistas de negócios experientes é fundamental para o sucesso. Muitas das empresas mais progressistas consultadas pela EIU deram o passo inicial com a criação de novos cargos, como Chefe de Dados, para gerir as suas iniciativas de Big Data.
Desenvolver uma visão empresarial e cultural
Com uma base tecnológica apropriada e as habilidades em prática, a etapa final envolve a conscientização do valor da tomada de decisões com base nos dados para a empresa como um todo. As organizações devem criar e fomentar uma cultura que englobe dados e fatos e os aplique ao negócio, todos os dias. Como vimos, o esforço requer tanto abordagens de cima para baixo quanto de baixo para cima, para garantir que toda a empresa esteja alinhada ao novo paradigma.
Uma vez que uma organização tenha as ferramentas, as habilidades e a cultura necessárias para conduzir um negócio baseado em análises, ela estará então pronta para realizar o objetivo final de qualquer iniciativa de Big Data: Ser criativa e inovadora com as informações e continuamente encontrar novas maneiras de alavancar suas capacidades centradas em dados.
"A chave para o sucesso no futuro é construir uma organização que possa inovar com os dados", disse Rod Morris, antigo vice-presidente sênior de marketing e operações da Opower, empresa de serviços em nuvem que fornece aplicativos SaaS (Software as a Service) para as indústrias de energia e utilities. "Para dispersar os dados, democratizar as ferramentas e libertar a criatividade dos funcionários".
Kristin Amico, relações públicas da ClickSoftware.