O Ministério das Mulheres anunciou, na última quarta-feira, 20, o programa Asas pro Futuro, uma série de ações que visam facilitar, a jovens mulheres em situação de vulnerabilidade social, o acesso ao mercado de trabalho em áreas predominantemente ocupadas por homens, como as ligadas à tecnologia.
Uma dessas iniciativas é Mulheres na TI, um programa em conjunto com o Serpro voltado para qualificação de mulheres na área de tecnologia. O público-alvo são pessoas de 14 a 29 anos, preferencialmente negras e indígenas, em situação de vulnerabilidade, insegurança alimentar ou que vivam em territórios de periferias urbanas e rurais.
"É o que falta para as meninas brasileiras: oportunidade no mundo do trabalho. Acreditarem nelas para que façam a diferença", afirmou a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves. O programa é resultado de uma parceria com a Secretaria-Geral da Presidência da República e conta com o apoio da Caixa Econômica Federal. O Asas para o Futuro contará com investimentos de R$ 10 milhões, e a previsão é que cerca de 20 mil mulheres jovens sejam atendidas por ano.
"Segundo dados do IBGE, mais de três milhões de mulheres negras estão sem lugar no mercado de trabalho no Brasil. Desse total, mais da metade têm de 14 a 30 anos de idade. O Serpro percebeu que, como empresa pública comprometida com questões sociais, poderia contribuir para aumentar a presença de mulheres jovens nas áreas de TI e colaborar para que essas pessoas conquistem a sua autonomia financeira", avaliou o presidente da estatal de tecnologia do governo federal, Alexandre Amorim.
O acordo prevê a formação de 500 mulheres até 2026 com módulo básico (com conceitos iniciais de TI) e formação avançada (que traz conhecimentos com altos níveis de empregabilidade). Além disso, busca promover uma pesquisa para mapear causas e soluções para baixa entrada de mulheres nas carreiras de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática e, ainda, a instauração de fóruns nacionais.
O programa Asas pro Futuro também prevê outros projetos como o "Elas nas Exatas", promovido com Instituto Federal de São Paulo, e ações importantes com outros órgãos do governo federal. Há a previsão de assinatura de um outro ACT com Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) para o lançamento do "Elas Exportam", que reserva vagas no setor de exportação para mulheres.
Com o Ministério de Minas e Energia a previsão é do "Programa Energia Mais Mulher", que reserva 30% de vagas para mulheres jovens em cursos de qualificação profissional e 50% em formação social na área do setor energético. Além disso, haverá editais do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, para apoiar projetos que estimulem o ingresso, a formação e a permanência de meninas e mulheres nas ciências exatas, na engenharia e na computação.
