Como os Estados Unidos e a China disputam o 5G mundial

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A disputa entre Estados Unidos e China está indo mais além do que conseguir o domínio entre as redes sociais. Já que o TikTok vem ganhando espaço com os usuários que normalmente usam o Instagram e Facebook.  O principal embate, pode ser visto que o país asiático está ganhando outra disputa, a do 5G, permitindo um acesso mais rápido  à internet por meio de dispositivos móveis em todos os âmbitos da conectividade.

A briga pelo poder desta tecnologia entre esses dois países está baseada em alegações que o país asiático armazena uma quantidade de dados dos usuários, podendo servir de base para espionagem e ataques cibernéticos do governo. Para os americanos, isso seria uma forma da China monitorar dados de qualquer país que utilize o 5G oferecido por eles.

A chinesa Huawei já vem liderando grande parte do mercado de tecnologia quando o assunto é o 5G. Havendo um compromisso sempre com a melhora, a empresa investe mais de 10% de seus lucros anuais na  área de pesquisa e desenvolvimento.  Caso outras companhias seguissem esse mesmo ritmo,  o país asiático já tinha conseguido ainda mais domínio sobre aquilo que os Estados Unidos está tentando impedir: evitar que uma parte importante de toda essa embreagem fique nas mãos do Partido Comunista Chinês.

O ritmo chinês intimida os americanos, que têm negócios como Apple em seu escopo,  e detém o controle das maiores redes sociais do mundo, como Instagram, Facebook e Whatsapp, mas a ameaça não é restrita a maior economia do mundo, outros países europeus estão nesta mesma linha de administrar a influência, a fim de evitar a possível dependência da China neste ramo, como por exemplo Reino Unido. Foi solicitado para as companhias de telefonia móvel do país que removessem todos os equipamentos Huawei de sua rede até 2027.

O governo de Joe Biden é oposto ao antecessor, mas em relação ao uso do 5G ainda continua com as mesmas ações.  O presidente tem feito acordos entre as companhias telefônicas do país para criar uma conexão ainda melhor para os americanos, evitando ao máximo que qualquer tecnologia chinesa entre no país.

O Brasil, no meio deste embate tecnológico,  tem ao menos sete cidades com o 5G desde o leilão, realizado pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) em novembro de 2021, em que de fato se iniciaram as primeiras disputas para a compra e operação das redes. Mesmo o país tendo grandes parcerias com os norte-americanos, desta vez, resolveu aceitar ajuda da Huawei, que anunciou parceria com a operadora Tim, para o desenvolvimento do projeto Cidade 5G, que visa a implementação da nova frequência em Curitiba, já que nenhum dos argumentos usados para burlar o crescimento da companhia chinesa tinham fundamento.

Neste caso, o Brasil, que tem a China como o seu maior parceiro comercial,  decidiu garantir a tecnologia para mostrar avanços no país e não tomar um lado dessa disputa pelo 5G.  Já tentando garantir que alguns brasileiros tenham acesso à uma internet mais rápida e com menos problemas até o final de 2023. Com isso, para ampliar o alcance de transmissão do sinal usando um número maior de antenas e fornecer dados com maior qualidade, a parceria da Huawei com a Tim busca viabilizar esse cenário, em um primeiro momento, apenas na capital paranaense. Mesmo que não seja de forma tão explícita, a disputa geopolítica em torno do tema começa a ganhar novos contornos em nosso país.

Todo cuidado é pouco neste embate, mas enquanto não houver um acordo entre os dois,  essa disputa será prolongada por muito tempo. O 5G está vindo para mudar, mas por alguns anos o que é prometido ainda será limitado, como uma internet rápida e com amplitude para toda a população. Os Estados Unidos têm seus interesses econômicos e estratégicos, como por exemplo, o projeto Prism e o XKeyscore — programas de vigilância liderados pela Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA), revelados por Edward Snowden, ex-analista de dados da entidade que tornaram públicas as iniciativas que monitoram a troca de dados realizados na rede mundial. Um ponto a se considerar sobre dependência estrangeira pode ser trazido com a Guerra na Ucrânia. Grande parte do fornecimento de Gás Natural da Europa depende da Rússia, o que hoje está sendo encarado como um grande erro estratégico.

Uma analogia é possível com essa disputa do 5G chinês. Enganam-se as empresas que optarem por  somente depender dos equipamentos e manutenção fornecidos pelas companhias chinesas e americanas, na crença que nada está ou será usado para espionagem. Tanto os EUA, como a China possuem interesses por trás de uma rede de distribuição de dados mais eficientes e confiar cegamente em ambas as potências, pode levar a erros irreversíveis.

Bernardo Machado, head de inovação da Mambo WiFi.

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