A pandemia do COVID-19 deu origem a uma nova era de trabalho híbrido e remoto. Para muitas empresas os dias de trabalho em regime presencial em tempo integral já passaram. Como resultado, os gestores de TI têm que se adaptar de maneira rápida novamente, para garantir que as medidas temporárias, implementadas de última hora no início da pandemia para manter seus negócios, possam se tornar permanentes, especialmente a proteção de dados alocados em vários ambientes de nuvem.
Essa mudança permitiu que os funcionários acostumados ao escritório se familiarizassem com os serviços de mensagens instantâneas, como Zoom e Teams. Uma pesquisa da Veritas descobriu que a quantidade de tempo dedicadas a essas ferramentas aumentou 20% desde o início da pandemia. Portanto, não deve ser surpresa que 71% dos profissionais de áreas administrativas admitam compartilhar dados confidenciais e críticos para os negócios usando tais ferramentas.
Simultaneamente, os ataques de ransomware dispararam. O cibercrime custará à economia global US? 10,5 trilhões por ano até 2025. E o relatório global de atraso de vulnerabilidade da Veritas indica que no ano passado, em média, as organizações foram vítimas de 2,6 desses tipos de ataque gerando interrupções e inatividade em seus negócios. Se as empresas falham em bloquear as vulnerabilidades durante a pandemia, elas correm o risco de ficarem abertas às ameaças de ransomware e outros incidentes de perda de dados por mais dois anos.
Portanto, com o trabalho remoto tendo chegado para ficar e os cibercriminosos ansiosos para explorar qualquer brecha na segurança, como as equipes de TI podem fortalecer suas infraestruturas de proteção?
Segurança autônoma e alimentada por IA
À medida que os hackers introduzem ameaças que podem se adaptar automaticamente para evitar a detecção, as organizações também precisam responder usando tecnologias autônomas de Inteligência Artificial (IA) e Machine Learning (ML) para proteger infraestruturas e dados com ferramentas que estão continuamente aprendendo e melhorando automaticamente, e resolvendo tudo muito mais rápido do que os humanos poderiam deseja.
Globalmente, as organizações estimam que precisam de mais 27 funcionários de TI em tempo integral para mitigar suas vulnerabilidades de ransomware. Com a enorme escassez de profissionais que vemos atualmente, não há como conseguirem contratar as pessoas que precisam para enfrentar os desafios.
É aqui que as tecnologias de automação, IA e ML podem desempenhar um papel vital. A Inteligência Artificial já está rapidamente se tornando juíza e guardiã em vários setores. Seus algoritmos estão diagnosticando pacientes, selecionando candidatos para entrevistas de emprego e decidindo quem é elegível para assistência governamental. Com a IA assumindo cada vez mais importância na tomada de decisões, podemos usar isso a nosso favor.
Isso não quer dizer que ela substituirá profissionais talentosos, longe disso. Mas as empresas agora têm a oportunidade de direcioná-los para projetos de inovação, e não nas tarefas necessárias, mas mundanas. Automatizar proteção e gerenciamento de dados pode desempenhar um papel fundamental na liberação de membros qualificados da equipe de TI para trabalhar em projetos de transformação, permitindo que IA e ML assumam mais o fardo de processos manuais demorados associados à segurança, disponibilidade, backup, recuperação e gerenciamento de dados e conformidade digital. Enfim, esses processos ainda podem ser geridos por humanos, mas com a IA fazendo o trabalho pesado.
A visibilidade dos dados é fundamental
Sobreviver a qualquer tipo de ataque de ransomware sempre começa com a compreensão de seus dados — o que são, onde estão e quanto valem. No entanto, a maioria das empresas não tem clareza sobre os que podem precisar proteger, com a organização média admitindo que 52% de seus dados são "escuros", o que significa que eles não sabem o que são, onde estão ou seu valor real para seus negócios.
E pior, apesar das forças de trabalho agora dependerem de plataformas de colaboração baseadas em nuvem, como o Microsoft 365, quase metade dos gestores de TI pesquisados como parte do Vulnerability Lag Report citado acima nem sabe quantos serviços de nuvem suas empresas usam. Muito menos o que eles são, ou têm backup e podem ser recuperados em escala em caso de ataque. Essa é uma realidade do estado atual da transição para infraestruturas multinuvem, onde as organizações dependem de um número crescente de serviços locais e baseados em nuvem pública de vários fornecedores.
Com a capacidade de minerar grandes quantidades de dados, a proteção de dados autônoma, baseada em IA, ajudará a obter visibilidade total de seus dados para gerenciar sua segurança e resiliência.
IA e pessoas trabalhando juntas
Este ano, já vemos a segurança baseada em IA e o gerenciamento autônomo de dados no centro do palco tanto para hackers quanto para as empresas que tentam mantê-los afastados. Se um ataque de ransomware é uma questão de quando e não de se irá acontecer, saber quando se torna absolutamente crítico. A detecção de anomalias com inteligência artificial pode alertar rapidamente os administradores de backup sobre possíveis problemas e comportamentos suspeitos, enquanto os processos de recuperação automatizados que tomam medidas imediatas para isolar backups com malware, limitando seu impacto, podem garantir que os dados sejam sempre recuperáveis.
À medida que as empresas enfrentam os desafios de gerenciar forças de trabalho híbridas e proteger dados, esperamos ver a automação e a IA desempenhando um papel significativo em arcar com o fardo dos processos demorados de proteção. O resultado será que a tecnologia não se tornará mais uma ameaça sempre presente à nossa segurança de dados, em vez disso, será uma poderosa aliada na proteção de dados, ajudando a transformar com sucesso a maneira como empresas e funcionários operam.
Gustavo Leite, country manager da Veritas Technologies no Brasil.