O plástico não é o vilão!

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Para iniciarmos essa leitura, eu te convido a tentar imaginar o mundo sem plásticos: sem as embalagens para alimentos e medicamentos, itens de saúde e higiene, na área hospitalar – instrumentos e equipamentos -, brinquedos, garrafas pets,  componentes para os computadores, celulares, carros, roupas, itens de maquiagem e beleza, móveis e eletrodomésticos, nas indústrias – ferramentas, máquinas, equipamentos, EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), EPCs (Equipamento de Proteção Coletiva) -, na construção civil – principalmente caixas d'água, canos PVC e tubulações -, pesquisas científicas etc.

É de conhecimento geral e unânime a conclusão de que atualmente o plástico é indispensável para a humanidade, mas é um assunto polêmico, pois quando falamos dos agentes geradores de impactos ambientais muitas pessoas atribuem de maneira precipitada e errônea o papel de vilão aos resíduos plásticos.

Se acabássemos com o plástico, consequentemente os seus resíduos realmente acabariam, porém os prejuízos seriam imensuráveis, tornando-se altamente maiores do que os benefícios, imagine o retrocesso: como se voltássemos para os anos de 1930. O custo, a dificuldade de viabilização e o prazo de popularização de tecnologias alternativas que possam suprir a ausência do plástico são empecilhos que mostram como o plástico é indispensável atualmente.

O plástico é fundamental para nossas vidas, extremamente relevante para a economia e potencialmente reutilizável e reciclável, por isso devemos parar de considerá-lo lixo e passarmos a considerá-lo como matéria-prima. O plástico pode ser sustentável desde que consumidores, empresas e toda a cadeia envolvida assumam e cumpram suas respectivas parcelas de responsabilidade e realizem o descarte correto do plástico para que ele não vá parar no meio ambiente.

Como sociedade, é imprescindível que assumamos a nossa culpa, a falta de responsabilidade e compromisso para com o meio ambiente de maneira geral. A conscientização e reeducação da sociedade precisa ser mais eficiente e eficaz, falta darmos a devida importância e entendermos que cuidar do meio ambiente é fundamental para garantir um futuro sustentável para as próximas gerações.

Para começar a mudança é preciso melhorar o foco nas causas dos problemas e em suas verdadeiras consequências, caso contrário, ao eliminar o plástico surgirá outro agente que será responsabilizado. Nós somos os próprios vilões, estamos destruindo o meio ambiente, por isso eu insisto: o plástico não é o vilão, mas sim a solução para muitos problemas que a humanidade enfrentava antes do seu surgimento.

Assumir a culpa e parar de responsabilizar a matéria-prima para os problemas que a nossa falta de conscientização têm gerado é o primeiro passo. Precisamos nos preocupar em criar um mundo sustentável e preservar o meio ambiente para as gerações futuras e não é com a eliminação do plástico que alcançaremos esse objetivo, mas sim trabalhando com políticas sérias voltadas para a conscientização e reeducação de toda a sociedade.

Durante a pandemia, por exemplo, o plástico foi essencial para a segurança de todos. Foi desenvolvido, com o apoio da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), um saco de lixo que ajuda a inativar o coronavírus. A Universidade relatou que o plástico elimina 99,9% das partículas do vírus, sendo uma alternativa prática de evitar a propagação do coronavírus.

Outras soluções foram desenvolvidas para o combate ao vírus, como o caso do plástico filme, usado em superfícies sensíveis ao toque para proteger da ação viral. O plástico filme esteve em maçanetas, máquinas de cartão, botões de elevadores e em outros lugares que poderiam propagar o vírus. Essa alternativa foi desenvolvida com o apoio do Programa Fapesp Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) e, durantes os testes realizados no laboratório de biossegurança de nível 3 da Universidade de São Paulo (ICB-USP), o produto, fabricado com polietileno, mostrou ser capaz de eliminar 99,84% das partículas do vírus após dois minutos em contato com a superfície contaminada.

Portanto, o problema está no descarte incorreto e na falta de conscientização coletiva. O Brasil é um dos países que mais produz lixo plástico no mundo e o que menos recicla. Segundo a organização não governamental Fundo Mundial para a Natureza (World Wide Fund for Nature Inc.), por ano são produzidas 11 toneladas de lixo plástico.

É preciso fazer um trabalho conjunto de conscientização sobre a reciclagem, especialmente na cadeia de atuação, estimulando parceiros e clientes a fazerem parte desse processo. A Packseven, por exemplo, referência no mercado de embalagens flexíveis, é ativa neste processo, promovendo a economia circular e incentivando a prática em seus clientes e parceiros. É preciso a união de todos, inciativas privadas, públicas e a mobilização de todos os envolvidos na cadeia de consumo para que não tenhamos desperdício e, com o descarte adequado, o plástico possa ser reutilizado. A educação no descarte é fundamental para um futuro mais sustentável.

Fernando Morais, diretor de Operações da Packseven.

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