A escolinha sem terminar do bairro X mudou a rotina da dona Maria. Sem ter onde deixar os filhos pequenos, fica difícil achar trabalho ou quem fique com os pequenos. A ponte da rodovia Y é promessa de campanha, mas ainda não saiu do papel. Sem ela, seu João atravessa o rio de balsa para chegar ao emprego. Embora fictícios, os exemplos mostram que a construção e o desenvolvimento de obras públicas impactam a vida da população.
Acompanhar e assegurar a conclusão dos projetos é uma das principais ações dos gestores, prefeitos e governadores. O Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea), por exemplo, versa sobre essa obrigação, orientando a verificação e o acompanhamento da execução de obras ou serviços. Documentos impressos ajudam e servem como instrumentos jurídicos, mas a tecnologia como ferramenta de trabalho vem conferindo precisão, prevendo prazos, facilitando o processo de pagamentos, permitindo uma medição de tempo mais dilatada, garantindo maior transparência na gestão e qualidade na entrega de dados.
Um exemplo nesse sentido vem do Mato Grosso do Sul. É da Ei Soluções Inteligentes, de Campo Grande. O time desenvolveu o sistema e-Kronos, com foco na melhoria dos processos de gestão de investimento em obras públicas. A solução em 12 anos de trabalho, saltou de case para ferramenta adotada pelo Governo do Estado e, em 2021, foi reconhecida como uma das melhores startups GovTech!
Como conta o co-founder da empresa, Rogê Teissere Delgado, trata-se de um grande banco de dados com mais de 10 mil projetos catalogados. Para agregar ao e-Kronos recursos mais dinâmicos de acompanhamento de indicadores e análise de informações gerenciais, a Ei Soluções avaliou inúmeras ferramentas de software de Business Intelligence (BI) do mercado. A solução, assegura o time da Ei, vem gerando uma excelente mineração de dados, o que redunda rastreabilidade e mais transparência. É fato também que a tecnologia fortalece todo o segmento, transformando dados em informações, sendo claro aos órgãos públicos, como Tribunal de Contas, especialmente diante da necessidade que se tem de entender algum processo ou fluxo.
Com os recursos de BI, a empresa sul-mato-grossense passou a oferecer uma visão em 360° do andamento dos projetos e das obras. Além de saber quais obras estão em construção, por exemplo, o gestor tem controle sobre a previsão de término e os motivos de uma determinada obra estar atrasada. Assim, um governador que caminha pelo estado, por exemplo, pode acompanhar o cronograma de cada município.
Apostar em BI na gestão de obras públicas é uma grande virada de chave, é sair de processos burocráticos para a digitalização. É bom para quem executa, como para quem usufrui da obra.
Leonardo Matt, CEO da SuperBI.
