80% das empresas que investem em tecnologias emergentes ainda estão em fase de piloto, aponta EY

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As empresas estão diante de uma era de inovações tecnológicas que prometem revolucionar os mercados, o que traz otimismo no horizonte. A fidelização do atendimento ao cliente, a geração de novos modelos de negócios e a melhoria na eficiência operacional são algumas das vantagens que se abrem a partir da combinação de inteligência artificial, internet das coisas, 5G, blockchain e outras.

Mas, há uma preocupação a respeito da adoção bem-sucedida destas ferramentas. Afinal, como integrá-las efetivamente ao dia a dia corporativo para otimizar resultados e destravar a inovação?

A pesquisa Reimagining Industry Futures 2024, produzida pela EY e analisada pela EY-Parthenon, traz um panorama do atual estado da adoção de tecnologias emergentes. Via internet, o estudo consultou mais de 1.400 empresas em fevereiro, em 20 países, e mensurou sentimentos, atitudes e intenções das lideranças de negócios a respeito do tema.

A conclusão aponta para a necessidade de amadurecimento do ecossistema como um todo, bem como o desafio de tirar proveito dessas tecnologias emergentes. Ao mesmo tempo, evidencia o apetite das organizações de embarcar neste novo mundo de possibilidades.

De acordo com o estudo, 80% das empresas que investem em tecnologias emergentes ainda estão em fase de piloto, testando caminhos internamente ou em poucas áreas de negócio. Para 86%, é necessário ampliar o entendimento sobre como combinar essas tecnologias a fim de gerar valor, um sinal de que a adaptação para este novo momento, que demanda a revisão do mapa de ações estratégicas, não é trivial e pode ser desafiadora. A pesquisa aborda este ponto e revela que 77% concordam com esta afirmação.

Porém, há otimismo no radar. No que diz respeito à adoção do 5G, a maioria das empresas (82%) se mostram confiantes na habilidade de implementá-lo de maneira bem-sucedida, sendo que, para 72%, o impacto da tecnologia é incremental às estratégias já existentes do 4G.

Atualmente, 32% das empresas consultadas investem direta ou indiretamente nesta tecnologia, e, considerando o período de um a três anos, 27% pretendem ampliar seus investimentos em infraestrutura em 5G. No caso dos investimentos em internet das coisas, o percentual é maior (53%) e coloca o Brasil na liderança entre todos os países participantes.

Como fica claro, há interesse no universo empresarial em investir em tecnologias emergentes. A lacuna aparece justamente na jornada a ser feita. Segundo a pesquisa, 56% das organizações apontam dificuldade em avaliar e escolher entre diferentes modelos na hora de implementar o 5G, e 43% ressaltam a complexidade da integração com tecnologias e processos existentes como o desafio interno mais crítico.

Há de se considerar ainda os desafios de um ecossistema em desenvolvimento, como a complexidade da rede 5G, que traz o aumento significativo de pontos de contato e abre brechas para vulnerabilidades e falhas.

A cobertura não linear é outro entrave, pois a falta de antenas localizadas em regiões remotas e áreas rurais do país dificulta o acesso à rede e reflete uma outra barreira: os investimentos em infraestrutura. Uma rede robusta desta tecnologia requer aportes significativos para a aquisição, instalação e manutenção de smalls cells, torres de transmissão e redes de fibra óptica.

Como tirar proveito das tecnologias emergentes?

O melhor caminho para contornar os desafios do ecossistema de tecnologias emergentes é alinhar sua adoção com objetivos de negócios no longo prazo. Às lideranças, cabe a missão de investigar áreas que podem ser beneficiadas e identificar casos de usos específicos nos quais a tecnologia pode ser testada para gerar valor.

Um bom começo é olhar para setores que impactam a experiência do cliente e permitem o lançamento de serviços digitais, como têm feito as empresas de telecom.

De olho na fidelização dos consumidores e na sofisticação do modelo de negócios, as organizações passaram a oferecer uma gama de serviços atrelados ao crescimento da tecnologia e dos investimentos em 5G, como o acesso à fibra óptica para o cliente residencial; internet das coisas, casas inteligentes e serviços de streaming. A partir da evolução do ecossistema, é possível multiplicar a oferta de produtos e serviços visando diferentes nichos de mercado.

Outros setores também têm avançado nesta direção, como o de mídia e entretenimento, que passou a transmitir conteúdos de alta qualidade pela internet e hoje compete com as emissoras de televisão; e a educação, com escolas e universidades equipadas para disponibilizar aulas 100% remotas. As indústrias de bem-estar e de mineração também colhem frutos.

No primeiro caso, o destaque vai para o uso de automação de máquinas e veículos autônomos com o objetivo de monitorar questões ambientais e prover segurança física a pessoas alocadas para estes trabalhos. Já na área da saúde, o 5G e outras tecnologias emergentes têm apoiado o atendimento via telemedicina a longas distâncias, com boa qualidade de áudio e vídeo.

Diante deste contexto de custos elevados e necessidade de amadurecimento do ecossistema, a colaboração surge como aliada. A formação de parcerias estratégicas com fornecedores de tecnologias como startups, universidades e outras partes interessadas tornou-se um caminho viável para o avanço na agenda de adoção.

No rol de tecnologias emergentes, o 5G se destaca como prioritário para colaboração dentro do ecossistema, segundo a pesquisa, sendo a opção preferida para metade das empresas.

Para além de todos estes esforços, é essencial que as lideranças invistam na capacitação humana. Segundo o estudo, 49% dos respondentes afirmam que precisam obter novas habilidades, conhecimentos e competências para suportar o ecossistema de tecnologias emergentes. Neste sentido, fomentar a cultura da inovação é tão importante quanto acertar na escolha das tecnologias.

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