Para TelComp, fusão BrT-Oi não beneficia nem consumidor nem o país

0

Conforme anunciado na semana passada, a TelComp, associação das empresas de serviços especializados de telecomunicações, enviou carta à Anatel, Casa Civil e aos ministérios da Comunicação e do Planejamento solicitando explicações sobre "os aperfeiçoamentos" no Plano Geral de Outorgas (PGO).

No documento, a associação defende que nenhuma mudança no marco regulatório deve ser feita antes da realização de estudos e discussão com a sociedade. A TelComp também reforça que "os interesses dos acionistas das três concessionárias de telefonia local (Telefônica, Oi e Brasil Telecom) não podem ficar acima dos interesses dos consumidores, das mais de 700 operadoras competitivas e dos 1,5 mil provedores de acesso à internet no país".

"Estas não são solicitações da TelComp apenas, mas de diversas entidades de defesa do consumidor, da associação de provedores de internet e de toda sociedade", explica Luis Cuza, presidente-executivo da associação. "Antes de qualquer alteração na regulamentação do setor, o governo precisa apresentar os estudos que demonstram o diagnóstico dos problemas e deve esclarecimento quanto a política pública que fundamentaria uma revisão das normas, recomendando ainda a adoção de medidas relevantes antes de se iniciar qualquer processo de concentração, com objetivo de proteger o consumidor e favorecer um ambiente concorrencial saudável e isonômico."

As medidas sugeridas envolvem a implementação de instrumentos já previstos na legislação vigente que protegem o consumidor e asseguram um ambiente concorrencial. Entre elas, estão a separação funcional, a desagregação das redes, a adoção de modelo de custos, a revenda e o tratamento assimétrico.

De acordo com a TelComp, a aquisição da Brasil Telecom pela Oi (ex-Telemar) resultaria em uma megaoperadora cuja cobertura representa 97% da área geográfica do Brasil e concentra 65% da população. Isso, segundo a entidade, agravaria a frágil concorrência hoje existente nos serviços de telefonia fixa e banda larga, com significativos prejuízos a novos investimentos e inovação, além de se desviar da política pública prevista na lei geral de telecomunicações de promoção de um ambiente concorrencial saudável.

"Esta aquisição não seria benéfica nem para o consumidor, nem para o desenvolvimento do país", frisa Cuza.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.