Após passar 2017 sem nenhum acordo, duas das quatro principais operadoras móveis dos Estados Unidos fecharam a fusão. A Sprint e a T-Mobile vão fundir todas as suas ações e a liderança da nova companhia, apelidada de "New T-Mobile", será de John Legere, da T-Mobile. A sede será a da mesma, localizada em Washigton, enquanto a atual sede da Sprint, no Kansas, será uma "segunda base".
O resultado dessa fusão para o mercado de telecomunicações norte-americano será um investimento de US$ 40 bilhões em infraestrutura de rede, principalmente de 5G, e negócios. Segundo as empresas, o valor representa 46% dos investimentos feitos pelas duas operadoras nos últimos três anos e será utilizado para levar o 5G para todo o país, utilizando os espectros de 600 MHz e 2.5 GHz da T-Mobile e Sprint, respectivamente.
Outro impacto será o número de torres. Se fossem combinadas, o número de torres chegaria a 110 mil, mas as empresas já anunciaram que a base da rede será a da T-Mobile, desativando 35 mil torres pelo país, a maioria da Sprint. Por outro lado, a nova operadora pretende implantar mais 10 mil torres em novos locais, além de priorizar o investimento em small cells, subindo dos atuais 10 mil (combinado) para 50 mil nos próximos anos.
Em termos financeiros, as empresas disseram que a transação representa uma relação de 9,75 ações da Sprint para cada ação da T-Mobile nos Estados Unidos. As empresas disseram que a transação representa um valor implícito de US$ 59 bilhões para a Sprint e US$ 146 bilhões para a empresa combinada. Apesar dos valores, New T-Mobile ainda ficará em terceiro no ranking de operadoras dos Estados Unidos, de acordo com o retrospecto do último trimestre observado pela Recon Analytics, atrás da Verizon e AT&T no número de clientes.
Falta aprovação
Apesar das empresas já anunciarem a fusão como certa, o governo norte-americano ainda se pronunciou sobre o negócio. As duas operadoras fazem lobby em diferentes agências na capital norte-americana para convencer os políticos de que a transação é um bom negócio. As empresas já se reuniram com Ajit Pai, presidente da Comissão Federal de Comunicações (FCC, na sigla em inglês), mas o resultado da reunião não foi tornado público.
Como arma, as empresas dizem que não haverá diminuição de empregos, mantendo os 200 mil empregados que hoje dispõem, e criarão novos, a partir da construção de novas redes e de lojas em diversas áreas, incluindo regiões rurais.