Alguns especialistas acham que a contratação de múltiplos fornecedores e a concentração dos serviços em um único provedor depende do perfil da organização contratante. ?Nenhum dos dois é melhor ou pior. O sucesso de um contrato de outsourcing passa pelos objetivos da empresa quando ela toma essa decisão?, diz Luis Sena, gerente de marketing para programas de outsourcing da HP Brasil.
Segundo ele, a corporação contratante precisa saber porquê está terceirizando, que serviços vai tirar de casa e aonde quer chegar. A HP atua nas duas frentes, e o executivo acredita ser importante que os clientes avaliem a confiabilidade, flexibilidade e se os parceiros escolhidos oferecem indicadores de qualidade dos serviços que assumiram.
Sena afirma que os dois modelos têm vantagens e desafios. ?Os benefícios do full outsourcing são ganhos em escala. O provedor que oferece vários serviços em um único pacote consegue praticar preços melhores. Já o multisourcing, acrescenta o executivo, se destaca pela possibilidade de o cliente poder fazer um mix de parceiros?, defende.
Porém, este tipo de contratação, afirma, exige mais maturidade das empresas, que precisam ter governança de TI para gerenciar os processos, e estabelecer métricas para obter satisfação.
Assim como na HP, a IBM também trabalha com as duas modalidades de contratos de outsourcing. Mas Sérgio Lozinsky, líder de estratégia corporativa da IBM Business Consulting Services para a América Latina, afirma que há poucas companhias no Brasil praticando o full outsourcing. As que tendem a fazer a terceirização total com um único fornecedor são as grandes organizações, enquanto os pequenos e médios negócios, por não terem muita estrutura de TI, recorrem mais ao multisourcing.
Lozinsky vê vantagem nos dois modelos, mas ressalta que o multisourcing exige mecanismos de gerenciamento de contratos, tarefa para a qual nem todas as empresas estão preparadas. Como exemplo disso, ele cita situações de conflito entre fornecedores quando há problemas. Ele lembra de um caso de uma empresa que resolveu adotar um sistema no qual determinava que, em caso de falhas, os parceiros teriam duas horas para se reunir e encontrar solução. Mas eles perdiam muito tempo para descobrir quem era o responsável pelo erro. Um período que pode gerar prejuízos aos negócios.