No universo corporativo, já é batido dizer que "o dado é o novo petróleo". Com a hiperconexão e o advento da LGPD e do open banking, não restam dúvidas de que há interessantes possibilidades de uso desses dados para os cidadãos (agora soberano sobre suas próprias informações) e para as empresas que lidam com eles.
As possibilidades devem aumentar ainda mais com o open insurance. Atualmente, o Brasil vive um momento de rascunho das APIs e discussão sobre os detalhes da implementação, prevista para dezembro de 2021. O debate está sendo encabeçado pelo órgão regulador do setor, a Susep (Superintendência de Seguros Privados), tendo como base as mesmas diretrizes do open banking.
Estamos presenciando, possivelmente, o início da era do "open everything". Já imaginou que maravilhoso ter seu histórico de saúde, com exames, consultas e prontuários, reunido em um mesmo lugar?
Enquanto o compartilhamento de informações dá ao consumidor acesso a serviços e preços mais adequados ao seu perfil, para as organizações, ele acrescenta inteligência ao processo de uso de dados e gera mais competitividade, além de proporcionar um crescimento e amadurecimento do mercado como um todo.
Ao mesmo tempo em que abrem suas janelas à inovação e ao desenvolvimento de serviços e produtos mais focados no consumidor, as empresas se imbuem, no open data, de enorme responsabilidade no armazenamento, tráfego e compartilhamento dos dados.
Se plataformas "travarem", mas os dados estiverem em perfeita segurança, algo não vai bem. Se as soluções fluírem, mas com incerteza quanto aos dados, também não.
A equação é individual. Cada organização precisa olhar, com cuidado e sinceridade, para os seus processos e encontrar os seus caminhos para esse equilíbrio. A responsabilidade também é de cada um: há quem se recuse a executar integrações consideradas inseguras. Com isso, dispensam algumas oportunidades de negócios, mas evitam imensas dores de cabeça.
Até porque o momento é de responsabilidade coletiva. Caso contrário, os dados serão sim o novo petróleo, mas no formato "vazamento" e "desastre ambiental".
Um futuro tecnológico e não-apocalíptico
Com o amadurecimento da sociedade no uso dos dados, a agilidade de processos e o encurtamento de caminhos tem muito a ganhar. É uma revolução que tende a ser positiva, ainda mais com o aprimoramento de tecnologias como inteligência artificial, machine learning, data mining e conectividade 5G.
E essa transformação será impulsionada por empresas e serviços inovadores, provavelmente focados em nichos de mercado. Não por acaso, as fintechs e startups estão na linha de frente desse processo.
Mas, mais do que dominar uma ou outra tecnologia, uma organização só poderá se dizer parte dessa revolução se souber dar a devida atenção ao tratamento dos dados de seus clientes. Lidar com essas informações de forma responsável, estabelecer relações de confiança, buscar parcerias especializadas sempre que a tarefa lhes parecer grande demais são algumas atitudes capazes de separar barris de petróleo a preço recorde de um lado e, de outro, litros de óleo manchando nossos mares.
E sua empresa? De que lado da revolução tecnológica e do open data quer estar?
Vitor Sousa, COO e cofundador da Digibee.
Conteúdo interessante. Queria indicar a seguinte leitura sobre open banking
Leitura interessante. Vale a leitura desse texto aqui como complemento: https://blog.koin.com.br/open-banking-o-que-e-e-como-pode-mudar-o-mercado-financeiro/