"Precisamos instituir uma política e traçar estratégias para aproveitar todas as oportunidades que as novas tecnologias proporcionam, buscando aumentar a competitividade das empresas brasileiras", alertou o coordenador-geral de Serviços Tecnológicos do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Jorge Mario Campagnolo, durante palestra nesta sexta-feira, 21, no ciclo de seminários da 13ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia.
Segundo o pesquisador, as mudanças em curso têm sido comparadas a 4ª Revolução Industrial e, na Alemanha, o processo é conhecido como "Indústria 4.0". Uma das principais novidades é o uso de sensores, que permite ao fabricante acompanhar todo o ciclo de vida de seus produtos, com informações sobre o funcionamento e possíveis problemas, que podem ser resolvidos em tempo real de qualquer lugar.
Para Campagnolo, a manufatura estimula a inovação e é um importante fator de desenvolvimento. "Se um país quer avançar, ele tem que incentivar a produção", afirmou, ressaltando que o Brasil caiu de 5º para 29º lugar no ranking mundial de competitividade da manufatura em cinco anos.
Ele destacou ainda que a mão-de-obra barata tem deixado de ser um atrativo para as empresas, que apostam, cada vez mais, em tecnologias inovadoras, eficientes e flexíveis. "Atualmente, não é mais necessário produzir em escala para ser competitivo."
Como estratégias para que o Brasil possa acompanhar este processo de evolução tecnológica, o coordenador de Serviços Tecnológicos do MCTIC aponta os seguintes caminhos: alteração do formato e método de ensino para a indústria avançada, formação de professores, requalificação de profissionais, criação de parcerias multissetoriais e um programa que estimule o aproveitamento de pesquisadores com qualificação nas empresas.