Vivemos em um período de plena transformação digital, em que empresas buscam na tecnologia maneiras de otimizar e tornar a sua rotina mais eficiente. Nesse contexto, a computação em nuvem aparece como elemento de grande relevância. Indo muito além de sua função básica de armazenamento, as clouds se tornaram recursos fundamentais para companhias que desejam escalar operações, reduzir custos e inovar de forma contínua. Convenhamos, aqui estamos falando de praticamente todas elas. Tal fenômeno, que redefine processos e amplia a capacidade das organizações, vem sendo chamado de "Era da Nuvem".
Uma prova do movimento é o claro esforço do mercado para a evolução do recurso nos últimos anos. Financeiramente falando, um estudo publicado pela Gartner aponta que os investimentos globais em nuvem pública devem atingir cerca de US$ 482 bilhões em 2024. A título de comparação, o mercado era estimado em US$ 313 bilhões em 2020.
Avaliando pela nossa ótica, o Brasil tem intensificado de forma significativa o capital alocado para o desenvolvimento da tecnologia. Segundo um relatório da International Data Corporation (IDC), a expectativa é de um investimento total de US$ 1,5 bilhão (R$ 8,4 bilhões) em soluções de dados na nuvem somente neste ano.
O montante significativo pode ser justificado pelo crescente número de empresas que atualmente estão migrando suas infraestruturas internacionais de cloud para plataformas locais, visando a redução de custos e eficiência operacional.
Contudo, considerando de forma mais profunda, a principal motivação está por trás da capacidade da tecnologia em potencializar os negócios.
Com o uso da nuvem, diversas empresas estão enxergando a possibilidade de rapidamente adaptar suas operações às mudanças do mercado, sem a necessidade de investimentos vultosos em infraestrutura física. O ambiente flexível facilita ainda o lançamento de novos produtos e a resposta imediata às demandas dos clientes, aumentando a competitividade e promovendo a inovação.
Além disso, o uso de sistemas em nuvem muitas vezes permite às companhias a otimização de custos, pagando somente pelo que utilizam. Outros pontos representativos estão no reforço da cloud atrelado à questão da segurança e conformidade dos dados, assim como o acesso remoto a eles, algo fundamental para organizações que buscam operar globalmente.
Analisando do ponto de vista estratégico, a cloud tem assumido um papel de protagonismo muito por conta do seu uso aliado a tecnologias complementares. Um exemplo disso é a introdução do modelo Edge Computing, que permite à nuvem processar dados de forma otimizada, sobretudo em aplicações de baixa latência, como IoT e sistemas de monitoramento. Outro recurso auxiliar que potencializa o uso da cloud é a tão falada inteligência artificial (IA), que permite a análise de grandes volumes de dados e a automação de processos corporativos.
Apesar dos diversos benefícios, é fundamental reconhecer que a migração para uma plataforma nuvem também traz inúmeros desafios para as empresas. Fatores como segurança de dados e custos, que são justamente os aspectos positivos da mudança a longo prazo, se não bem avaliados, podem resultar em uma transição não tão favorável no final das contas. Dessa forma, passa a ser crucial que as organizações avaliem previamente se as suas soluções em nuvem estão preparadas para resistir a ameaças cibernéticas e que os recursos alocados à ela sejam gerenciados de forma eficiente para evitar custos desnecessários.
Em meio a esse cenário, a chave para o sucesso está no equilíbrio entre inovação e planejamento. Hoje, a cloud representa um catalisador de transformações, capaz de impulsionar a competitividade e eficiência no mercado. Para se sobressair na nova era, é preciso abraçar a nuvem de forma estratégica, transformando desafios em oportunidades e inovação em vantagem competitiva.
Felipe Rossi, CEO da 4B Digital.