Aliado da tecnologia de cloud computing e ainda não muito conhecido no mercado brasileiro, o software OpenStack é uma plataforma de código aberto que tem o objetivo de facilitar a migração das aplicações e dados para a nuvem de forma a viabilizar os departamentos de TI a responderem rapidamente a demanda da área de negócios. Essa tecnologia se baseia nos princípios de oferta dos serviços sob demanda de estruturas como : computação, redes, armazenamento e serviços. Vejo o OpenStack como uma revolução, um modelo disruptivo, no método de entrega de infraestrutura de TI.
Indicado às corporações que desejam autonomia, gerência e controle sobre sua nuvem, seja ela privada ou híbrida, o Openstack impulsiona as empresas a acreditarem que a estratégia de cloud privada seja a evolução natural da gestão dos recursos de TI. Acredito nessa plataforma como uma alternativa segura para as companhias privadas e órgãos públicos que querem a agilidade de um provedor de nuvem externo, sem abrir mão da gestão e do controle próprios, dedicando ao provedor de nuvem externo apenas as aplicações menos críticas e eventuais transbordos sob demanda da nuvem privada.
Fazendo uma analogia, é como se as corporações pudessem ter a sua própria Amazon Web Services (AWS) para recursos computacionais instantâneos. Nesse sentido, entendo como vantajoso ser proprietário de uma infraestrutura computacional que traz como característica flexibilidade e elasticidade em seu uso, seguindo um modelo self-service para usuários. Esses benefícios superam significativamente, em muitos casos, a contratação dos mesmos serviços via fornecedores públicos, modelo mais tradicional atualmente, além de possibilitar o uso mais otimizado da sua infraestrutura local, protegendo assim o investimento já realizado.
Outro ponto importante do OpenStack é que sua arquitetura de nuvem acrescenta flexibilidade comercial, uma vez que se trata de arquitetura aberta e não de tecnologias proprietárias e soluções fechadas. Dessa forma, as empresas não ficam engessadas ou mesmo dependentes de fornecedores específicos.
Empresas globais de destaque no mercado estão apoiando o projeto e contribuem para o desenvolvimento do código, bem como a comercialização do OpenStack, o que reforça a aposta nesta nova tecnologia. As APIs (interfaces de programação) são amplamente aceitas, contam com amplo ecossistema, são adaptáveis e interoperáveis.
Recentemente, vi no estudo da consultoria americana 451 Research que o mercado de soluções em nuvem baseada em Openstack deve atingir US$ 3,3 bilhões em 2018. Ou seja, em três anos é esperado um aumento vertiginoso na adoção da tecnologia por parte das corporações. No Brasil, acredito que a tecnologia deva avançar acompanhando o mesmo ritmo do aprimoramento da estratégia de cloud das empresas, o que é esperado em dois anos, segundo os principais institutos de pesquisa de mercado.
Alguns diretores de TI e CIOs, com os quais temos interagido com frequência, já estão cientes da importância do investimento na nuvem, mas ainda estão reticentes e com muitas dúvidas de como e quando realizar essa transformação.
*Carlos Teixeira é CEO da Agility Networks.